Jovens e sua percepção sobre fake news na ciência

Abstract

Resumo Apesar da recente notoriedade no campo da política, as fake news, ou notícias falsas, produzem efeitos também para a ciência, trazendo desafios e ameaças tanto para a compreensão e apropriação social do conhecimento, como para a confiança nos cientistas e nas instituições democráticas. Disseminadas principalmente por plataformas digitais e aplicativos de trocas de mensagens, as notícias falsas chegam, potencialmente, a todas as pessoas conectadas. Os jovens, em especial, cujas trajetórias são influenciadas pelo mundo digital, precisam lidar com o tema, ao fazerem escolhas sobre em que acreditar. A partir da proposta de Kahan (2008, 2010, 2015) para a tese da cognição cultural, este artigo apresenta estudo que envolveu a realização de cinco grupos focais com jovens residentes em Belém, Pará. Os resultados mostram, entre outros, insegurança e dificuldade em identificar o que é verdadeiro e em quem confiar quando tratamos de notícias que circulam pela internet. Mostram também a importância das redes offline para checagem de informações, que o veículo de origem da informação é critério de credibilidade e que há predisposição a compartilhar conteúdos que corroboram pontos de vista. De forma geral, os dados contribuem para a compreensão do tema e abrem possibilidades para investigações futuras sobre desinformação.

Fatos e fake news: conhecimento de estudantes de Enfermagem frente à pandemia da COVID-19

“…A exposição à fake news pode resultar em memórias falsas, afetar o conhecimento de indivíduos, a forma como interage com as informações e a capacidade de pensar criticamente, além de colocar em risco a adesão dos cidadãos aos cuidados cientificamente comprovados (Greene & Murphy, 2020). Fagundes et al (2021) mostraram a percepção dos jovens sobre fake news na ciência, evidenciando que há insegurança e dificuldade de identificar o que realmente é verdadeiro e em quem confiar quando se trata de notícias que circulam na internet. Dentre os jovens, os estudantes da área da saúde têm papel importante na divulgação de informações, pois normalmente são os primeiros a terem acesso a textos científicos, aulas e palestras, por outro lado, esses mesmos estudantes estão continuamente conectados às redes sociais como Twitter, Facebook, Instagram, onde são rotineiramente expostos às informações falsas.…”