Este artigo aborda a perspectiva da produção da infância subalterna, por meio do referencial teórico do sociólogo Norbert Elias e de autores pós-colonialistas e especialistas em “estudos subalternos”, como Gayatri Spivak, Andre Quijano e Enrique Dussel. Para desenvolvimento do tema, é realizada pesquisa histórica, utilizando-se de fontes documentais diversas sobre a diferenciação e desigualdade escolar brasileira, com ênfase nas primeiras décadas republicanas e no estado de Minas Gerais. Discute-se como a oferta escolar diferenciada e desigual, associada ao trabalho infantil, aprofundou as desigualdades da condição de ser criança, contribuindo para a produção de subalternidade das crianças pobres, negras e mestiças e do estigma de sua inferioridade.