Reflexão e Análise da Formação de Educadores de Jovens e Adultos do Campo

Abstract

RESUMO -Reflexão e Análise da Formação de Educadores de Jovens eAdultos do Campo. Neste artigo abordamos os desafios da EJA do Campo na formação dos seus educadores, a partir de uma revisão da produção acadêmica nacional do período de 2006 a 2011. Os dados, obtidos junto ao Banco de Teses da CAPES e Instituições do Ensino Superior de Minas Gerais, foram analisados conjugando contribuições teóricas da Educação de Jovens e Adultos, Educação do Campo e Formação de Professores. Nossos resultados revelam, entre outros, uma tendência das experiências de EJA do Campo se desenvolverem por meio de programas e/ou projetos, envolvendo parcerias diversas, com destaque para o envolvimento dos movimentos sociais nos processos de formação dos educadores. Revelam, ainda, a necessidade de investimentos na formação específica dos educadores -formação inicial e continuada, a partir de processos que contribuam para uma melhor compreensão dos aportes teórico-metodológicos dessa modalidade de ensino. Palavras-chave: Educação do Campo. Educação de Jovens e Adultos. Formação de Educadores. Our results reveal, among other issues, that education for rural adults and youth tends to be developed through programs and/or projects and several partnerships, particularly the involvement of social movements in the teacher training process. They also reveal the need for investment in specific teacher training -initial and continued training, based on processes that enhance the understanding of the theoretical and methodological contributions of this mode of education. ABSTRACT -Reflection and Analysis of the Training of Education Profes

Tecnologia educacional e inclusão social na Educação de Jovens e Adultos (EJA)

“…A carência de momentos específicos de formação implica não somente a desqualificação da atuação docente, como também desmotiva os educadores da modalidade, tornando-os ainda mais fragilizados diante da pouca valorização demonstrada a eles e à modalidade. (AMORIM et al, 2017) Civicae v.3 -n.1  Out 2020 a Mar 2021 Freitas et al (2016) fizeram uma revisão da produção acadêmica nacional entre o período de 2006 a 2011, objetivando mencionar e refletir sobre os desafios e perspectivas da Educação de Jovens e Adultos do Campo na formação dos seus educadores. Os autores identificaram também a carência e a necessidade de que ocorra no âmbito das políticas públicas investimentos na formação continuada e formação inicial, enfatizando as contribuições teórico-metodológicas específicas para Educação de Jovens e Adultos.…”

Do trabalho para a EJA: práticas sociais e formação de professores no/do/para o campo

“…Um exemplo disso é a EJA realizada no seio dos movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o qual contribuiu sobremaneira para se pensar na educação como indissociável das questões políticas que cercam os sujeitos, dando aos processos educativos intencionalidade. Entretanto, parcerias por vezes descontinuadas, também apresentam contradições como educadores sem relação com o campo e com pouca ou nenhuma formação para esta modalidade de educação, o que ressalta a precarização com que a EJA é tratada no país, principalmente pensando em contextos campesinos (FREITAS;SILVA, 2016). Arroyo (2006) elenca uma série de fatores que tem historicamente reforçado esta precarização: "professor generalista que poderá dar aula no diurno, a criança e adolescentes, e no noturno, a jovens e adultos" (p.21); desconhecedores dos sujeitos que compõem à EJA, bem como de suas trajetórias de vida, de trabalho e de luta; currículos engessados, conteudistas e sem qualquer relação com a visão sociológica e histórica sobre os jovens e adultos EJA; etc.…”

“…A EJA no campo pode ser vista a partir de duas perspectivas. De um lado, a partir de um campo no qual a educação é pensada e realizada a partir da reprodução de um ensino regular, urbano, ou seja, a partir de um projeto capitalista na qual a formação de jovens e adultos é voltada para a mão de obra (FREITAS;SILVA, 2016). Não é à toa que a percepção que muitas vezes se tem da EJA, enquanto modalidade de educação, mesmo pelos próprios sujeitos que dela participam, estudantes do campo e da cidade, seja como meio pelo qual possam se profissionalizar e conquistar o diploma.…”