Tecnologia assistiva e qualidade de vida na tetraplegia: abordagem bioética

Abstract

Resumo O objetivo deste estudo quantitativo e transversal foi avaliar a qualidade de vida de pessoas com tetraplegia e, a partir dos resultados, refletir à luz da bioética sobre ações necessárias para aprimorar práticas de cuidado e acesso a recursos de tecnologia assistiva. Aplicou-se o questionário WHOQOL-bref a 100 indivíduos com tetraplegia, usuários ou não de tecnologias assistivas, e os resultados foram tratados estatisticamente. Os escores mais significativos relacionaram-se a gênero feminino, maiores níveis educacionais, ocupação, maior tempo de lesão e uso de tecnologia assistiva. As reflexões nesse campo, sustentadas pela ética do cuidado de Gilligan e bioética social latino-americana, apontam a necessidade de aprimorar inter-relações da assistência e a formulação de políticas públicas intersetorias de proteção a vulnerabilidades que garantam às pessoas com lesão medular notificação clínica e sociodemográfica, inclusão digital, adaptação domiciliar, acesso a tecnologias e postos de trabalho especiais.

Processo de Desenvolvimento de um Controlador Adaptativo de Jogos Digitais para Crianças com Deficiências Múltiplas

“…De acordo com Schirmer et al (2007), a tecnologia assistiva propõe resolver problemas funcionais na perspectiva de desenvolver potencialidades humanas, valorizando desejos, habilidades, expectativas positivas e qualidade de vida. No entanto, Galvão Filho et al (2009) e Baldassin et al (2018) apontam que o fato de uma tecnologia ser útil para a autonomia do deficiente não basta para ser chamada de tecnologia assistiva, mas sim se essa tecnologia compensa ou atenua as consequências de barreiras ou deficiências decorrentes de uma deficiência ou mobilidade reduzida.…”

Desenvolvimento de um dispositivo para acionamento de joystick de cadeira de rodas motorizada

“…Ele possui 26 questões (em contraste com as 100 questões do WHOQOL-100), e já foi avaliado em Kluthcovsky e Kluthcovsky (2009), sendo considerado adequado como instrumento de avaliação tanto de populações com algum tipo de doença como em populações hígidas, além de ter experimentado progressivo crescimento de seu uso. O uso de tecnologias assistivas pode ser importante em atingir maiores níveis de qualidade de vida quando adequadamente utilizado, conforme estudo realizado por Baldassin et al (2018). Neste estudo, conduzido com 100 pacientes com tetraplegia, é possível observar que usuários de Tecnologia Assistiva (TA) de acesso a computadores obtiveram médias mais altas de qualidade de vida quando comparados a não usuários relacionados aos domínios físico e psicológico do WHOQOL-bref, evidenciando assim o importante papel da TA para a qualidade de vida de indivíduos com tetraplegia.…”