Ensino De Botânica Na Licenciatura Em Ciências Biológicas De Uma Universidade Pública Do Rio De Janeiro: Contribuições Dos Professores Do Ensino Superior

Abstract

RESUMO: Objetivando analisar concepções e saberes docentes dos professores da área de Botânica na Licenciatura em Ciências Biológicas realizamos um grupo focal em uma universidade pública carioca, cuja análise culminou na organização dos resultados e discussões em três unidades temáticas: Função social da universidade, Formação em Licenciatura e Ensino de Botânica; as quais se resumem em objetivos mais direcionados à formação do biólogo, com ênfase em conhecimentos científicos pouco relacionados aos conhecimentos pedagógicos e à prática escolar. Isso se reflete no desinteresse dos licenciandos pela Fitologia, favorecendo também sintomas da Cegueira Botânica na escola básica. Destarte, há a necessidade do diálogo entre universidade e escola, e a valorização de abordagens pedagógicas na licenciatura que favoreçam o apreço pela aprendizagem da Botânica.

Botânica no Ensino Superior: o que pensam os discentes do Amapá (Amazônia, Brasil)

“…É importante enfatizar a relação direta entre as principais dificuldades citadas pelos discentes (Tabela 1), que foram à metodologia docente (27,35%) e a escassez de aulas práticas (23,08%), com o procedimento utilizado pelos docentes ao ensinar as disciplinas de Botânica. Fato esse que corrobora com os estudos que apontam as mesmas dificuldades de aprendizagem (Santos et al, 2015;Fonseca & Ramos, 2018). Os discentes, do mesmo modo apontam a ausência de conhecimento prévio oriundo da educação básica, a exorbitância de informações técnicas, a carência de equipamentos e de aulas práticas, como obstáculos para o processo de aprendizagem dos assuntos botânicos.…”

“…Convém enfatizar que essas disciplinas apresentam uma grande intensificação de conteúdos técnicos vinculados à formação profissional Botânica e não docente (Silva, 2013;Santos et al, 2015;Fonseca & Ramos, 2018). Para Krasilchik (2008), disciplinas que denotam assuntos com muitos termos técnicos, tornam o ensino bastante conteudista, promovendo a falta de interesse dos alunos em aprendê-los.…”

“…Mesmo fazendo parte da rotina da população, as plantas geralmente são vistas como elementos inertes e as pessoas não conseguem notar e discernir a importância das plantas para o ambiente, entendimento esse conhecido como "cegueira botânica" (Wandersee & Schussler, 2001;Hershey, 2002;Katon, Towata & Saito, 2013;Salatino & Buckeridge, 2016;Fonseca & Ramos, 2018;Ursi, Freitas & Vasques, 2021).…”

“…No qual é perceptível a necessidade de pesquisar os obstáculos que limitam a aprendizagem dos discentes, principalmente em relação as estratégias didáticas aplicadas pelos docentes no ensino das disciplinas de Botânica. (Santos et al, 2015;Fonseca & Ramos, 2018).…”

A unidade de Botânica nos livros didáticos de ciências aprovados no Programa Nacional do Livro Didático – PNLD/2017

“…A compondo o ciclo vicioso sugerido por Salatino; Buckeridge (2016). A forma com que professores enxergam e lidam com os conteúdos botânicos pode estar relacionada com o modo com que esse conhecimento é trabalhado nos cursos de licenciatura e bacharelado de Ciências Biológicas, uma vez que no ensino superior os estudantes também apresentam resistência ao conhecimento sobre as plantas (TOWATA; URSI; SANTOS, 2010; PRADO etAMADEU;MACIEL, 2014;RAMOS, 2017RAMOS, , 2018. didático e a incompatibilidade com o tempo escolar dedicado à disciplina de Ciências na Educação Básica, a seleção de informações é fundamental.Retomando os dados apresentados no Gráfico 1, que mostram que a Botânica representa de 8 a 20% do conteúdo presente nos livros didáticos destinados ao Gráfico 2: Intervalo de tempo dedicado pelos professores que participaram da pesquisa ao ensino de Botânica no 7º ano do Ensino Fundamental.Fonte: dados da pesquisa, elaborado pela autora.Fundamental.…”