Este volume é publicado em um novo momento da pandemia. Com a vacinação em massa foi possível adotar novas rotinas, com menos restrições. Foi possível abraçara irmã, o irmão, os amigos, os entes queridos. Ritual repetido e comemorado entre os vacinados. A reportagem publicada em junho de 2021 1 mostra que um dos principais desejos na pós-pandemia seria abraçar, vontade expressa por sessenta e quatro por cento dos entrevistados. O abraço foi escolhido para começar este texto porque é um gesto que serve para ilustrar o alcance da ciência. Sim. O desejo pelo abraço pode ser explicado pela ciência.Na revista Pesquisa Fapesc (2005) 2 o texto Os benefícios de um longo abraço diz que "ser acolhido entre os braços de outra pessoa reduz a quantidade de dois hormônios do estresse, o cortisol e a norepinefrina, e aumenta a de oxitocina, o hormônio associado ao amor maternal". O artigo argumenta que nossa biologia atesta que abraçar faz bem. Mas não pode ser qualquer abraço, segundo o texto: "abraços com tapas fortes realizados sob holofotes, como os vistos entre os políticos de Brasília, não valem; para alimentar o bem-estar, têm de expressar carinho e apoio". O abraço carinhoso, acolhedor teria o valor do amor de mãe.Em 2022, enfim, podemos abraçar. O desejo de abraçar pode ser realizado e deve em grande parte à ciência, às descobertas, às invenções e suas aplicações. Desde 2020 cientistas de vários países formaram uma grande corrente em busca de proteção, de uma cura. Hoje, com vacinas e mais conhecimento sobre a pandemia, vivemos "um novo normal". O termo define a rotina vivida desde a chegada da Covid-19. Segundo a professora Maria Aparecida Rhein Schirato, em entrevista publicada no portal do Insper 3 , "essa discussão sobre o novo normal está mostrando que é possível uma nova forma de viver, com as vantagens de descobrirmos o valor da nossa própria casa, aprendermos a ser mais humildes e que não temos o controle de tudo".