A presente pesquisa procurou compreender os impactos das/os filhas/os na carreira de mulheres e homens, buscando os contrastes existentes entre mães e pais. O contexto brasileiro segue marcado por uma expectativa em relação aos papéis desempenhados pelo gênero e o resultado disso é a manutenção dos cuidados domésticos e dos filhos/as sob responsabilidade primária das mulheres. Considerando esse cenário, foi realizada uma pesquisa qualitativa, sob o referencial teórico do construcionismo social, na qual foi utilizada como instrumento a entrevista semiestruturada. Os participantes foram mulheres mães e homens pais, com filhos desde 8 meses de gestação até 16 anos de idade e que trabalhavam em organizações. Para análise dos dados usou-se a análise de conteúdo descrita por Bardin, na qual foram construídas categorias de análises de acordo com o que foi relatado pelos participantes. Os resultados encontrados apontam que o suporte do ambiente de trabalho, assim como da rede de apoio, é fundamental na viabilização e entrega das mães em seus empregos, possibilitando o alcance a novas oportunidades profissionais. Os pais, por sua vez, tendem a levar mais conflitos do trabalho para casa, sendo este um ponto de atenção para eles. Concluiu-se que há impactos, tanto na carreira de mulheres, quanto de homens, com a chegada dos filhos, no entanto há diferenças, que são sustentadas pelas relações de gênero.