Impacto das Consequências Psicossociais do Estigma do Peso no Tratamento da Obesidade: uma Revisão Integrativa da Literatura

Abstract

Resumo Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, cujo objetivo foi investigar as consequências psicossociais do estigma do peso em adultos e sua influência no tratamento da obesidade. A busca envolveu as bases de dados PubMed, Web of Science e PsycINFO e incluiu artigos em inglês e português publicados nos últimos cinco anos. Foram selecionados quinze artigos, analisados a partir da definição de dois subtemas: “A relação entre estigma, psicopatologias e transtornos do comportamento alimentar” e “A estigmatização entre os profissionais de saúde”. Os resultados apontam para o grande impacto do estigma do peso na saúde psicossocial da pessoa com obesidade e para as atitudes estigmatizantes dos profissionais de saúde no cuidado terapêutico. Observa-se um enfoque patológico do enfrentamento da obesidade com estratégias de cunho comportamental que minimizam a compreensão da problemática. Atualmente, o tratamento da obesidade promovido pelo modelo biomédico não abrange as demandas de caráter psicossocial, o que torna necessário a educação permanente para capacitação dos profissionais de saúde e a implementação de protocolos de intervenção específicos a este grupo populacional. A contribuição de profissionais de diversas áreas, e em especial, daqueles de saúde mental, é essencial em atenção às diferentes particularidades do tratamento, devendo ser baseada em uma perspectiva integral e humanizada, e inserida nos diferentes contextos psicossociais. Devido à perversidade do estigma do peso e suas graves consequências, futuros estudos são necessários para investigação desse problema e das atitudes dos profissionais da saúde, familiares, mídia e da população em geral em relação à pessoa com obesidade.

Perceptions of patients in the waiting line for bariatric surgery: contributions from the experience of an educational process

“…In this way, the individual is pointed out as responsible for his or her body, thus minimizing other dimensions, such as emotional and social aspects. Even health professionals who are caring for obese patients are sometimes responsible 21 .…”

Diffusion of scientific concepts on obesity in the global context: a historical review

“…It is worth underscoring the multiple, complex and conflicting interests that mediate the adoption of this dominant paradigm by these three international agencies, a fact that does not mean disregarding the existence and relevance of other counter-hegemonic approaches or paradigms in the field of obesity epistemology, such as the socio-cultural or anthropological and psychological/behavioral perspective [30][31][32][33][34][35][36]. In general, psychological/behavioral approaches seek to understand obesity from subjective, individual, particular parameters of each case, not holding on generalizations, nor on clinical, quantitative parameters, based on population means (reference standard) [33][34][35][36]. In turn, socio-cultural approaches seek to emphasize that the structural, economic, environmental, political and socio-cultural dimensions play a greater explanatory role in opposition to the biological and/or behavioral perspectives of obesity [30][31][32].…”

“…On the other hand, in the same base, studies were also captured with critical and reflexion content on the hegemony and centrality of this dominant paradigm in the field of nutritional epidemiology of obesity [2][3][4][5][6]14]. It is important to emphasize that in the search carried out, the use of the concepts of overweight, obesity and excess weight was detected by authors clearly linked to the socio-cultural paradigm, as well as by others associated with the psychological/behavioral paradigm [30][31][32][33][34][35][36].…”

Riscos causados pelo uso indiscriminado de medicamentos para emagrecer

“…Pelo contrário, o obeso é visto como indivíduo incompetente, desleixado e sem controle, enquanto o corpo que se encaixa nos padrões é associado a disciplina e força de vontade. Um novo termo surgiu na modernidade, a gordofobia, usado para designar uma aversão, preconceito e uma opressão a indivíduos obesos, por não se enquadrarem no perfil idealizado pela sociedade atual (WU & Berry, 2017;Lucena, 2020;Coutinho, 2017;Silva, & Cantisani, 2018;Tarozo & Pessa, 2020).…”

“…Assim, se tornou uma ferramenta para discriminar e excluir o indivíduo, além de colaborar no surgimento de problemas como bullying, depressão, suicídio, abuso de anorexígenos, cirurgias plásticas, distorção da própria imagem, entre outros. Isso tudo é reflexo de uma geração facilmente influenciável pela mídia, sem nenhum senso crítico (Reis & Richter , 2014;Lucena, 2016;Tarozo & Pessa, 2020;Rangeli, 2018;Lima et al, 2013).…”