Pessoas vivendo com HIV/Aids no cárcere: regularidade no uso da terapia antirretroviral

Abstract

Resumo Objetivo Analisar os desafios relacionados à regularidade no uso da terapia antirretroviral pelas pessoas vivendo com HIV privadas de liberdade. Métodos Trata-se de um estudo exploratório, com abordagem quantitativa, realizado em seis unidades prisionais de dois municípios paulistas. A coleta de dados ocorreu no período de agosto a novembro de 2015, mediante entrevistas, com apoio de instrumento específico. Os dados foram analisados a partir de técnicas descritivas, análise univariada (testes de associação Qui-quadrado e Exato de Fisher) e teste não paramétrico U de Mann-Whitney. Resultados Participaram da pesquisa 67 indivíduos em uso da terapia antirretroviral. Identificou-se que, nos últimos sete dias, 80,6% dos indivíduos não deixaram de tomar os medicamentos antirretrovirais e 91% negaram tomar quantidade errada de comprimidos, de acordo com a prescrição médica. Quanto às ações de monitoramento da terapia antirretroviral, o questionamento sobre o uso contínuo dos medicamentos pela equipe de saúde das unidades prisionais foi considerado regular. O uso irregular da terapia antirretroviral apresentou associação estatisticamente significante com uso de drogas lícitas antes do encarceramento (p=0,006) e interrupção do acompanhamento médico (p=0,014). Conclusão Tais achados mostram a necessidade de estratégias de intervenção que favoreçam o acompanhamento e monitoramento do uso da terapia antirretroviral no contexto prisional.

Social determinants of health and unfavourable outcome of tuberculosis treatment in the prison system

“…When observing the intermediate determinants of health related to living conditions and behavioral and biopsychosocial factors, we identified that AIDS was a risk factor for unfavorable treatment outcomes in both states. The evolution of HIV to AIDS today denotes weaknesses in health care systems, especially regarding the timely detection of cases of HIV infection and the provision and monitoring of the regular use of antiretroviral therapy (ART) in the prison context 32 . Thus, it is worth highlighting the need to improve access to diagnosis and monitoring of HIV/AIDS cases, not as a privilege or out of compassion, but as a constitutional right 33 , since individuals in deprivation of liberty are under the State's tutelage.…”

Regional coordinators of Sao Paulo State prisons in tuberculosis and HIV coinfection care

“…For confirmed cases of TB-HIV coinfection, about 60% refer the provision of ART, being incipient in the prison context, since it must be offered to all people living with HIV (21) . In South Africa, short-term interventions involving the training of nurses in TB diagnosis and treatment, as well as the increase in number of facilities with decentralized HIV services have been recommended to allow the prescription and administration of ART by nurses (10) .…”

“…Health teams in the prison environment also face difficulties that can compromise the integration of HIV health actions and services, among which the need for military police escort for any displacement of PDL for HIV follow-up, with availability of the resource from the optimization and selection of legal and health nature priority demands (21) .…”

Fatores que interferem na adesão e permanência da terapia antirretroviral

“…No intuito de cumprir com as metas, criou-se o modelo epidemiológico cascata do cuidado contínuo, o qual tem o controle do monitoramento da epidemia e do diagnóstico precoce, para proporcionar a oferta medicamentosa, supressão viral e a criação de vínculo entre usuário e equipe, que se faz necessária nesta trajetória (WILTON et al, 2019). Diante dessa realidade em que o Brasil ainda vive é essencial que sejam desenvolvidas e realizadas estratégias para o fortalecimento do acesso e adesão a TARV (RAVANHOLI et al, 2019). Com isso, buscou-se identificar os principais motivos da não adesão a TARV.…”