A economia invisível do babaçu e sua importância para meios de vida em comunidades agroextrativistas

Abstract

Resumo A amêndoa de babaçu (Attalea speciosa Mart. ex Spreng) é um dos principais produtos da extração vegetal no Brasil. As florestas secundárias formadas por babaçuais localizam-se na transição entre Amazônia, Cerrado e Nordeste semiárido, área onde reside um dos mais expressivos contingentes do campesinato no país. Apesar da disponibilidade de dados sobre a produção comercial de amêndoas, uma ampla gama de produtos derivados do babaçu é ignorada pelos levantamentos oficiais da produção extrativa. Para suprir essa lacuna, este trabalho examinou a importância econômica de produtos derivados da palmeira de babaçu em 200 comunidades agroextrativistas no vale do rio Mearim, no Maranhão, a principal região produtora. Projeções feitas a partir de diagnósticos socioeconômicos aplicados em 2017 a mais de mil domicílios em 18 municípios do Médio Mearim indicam que a valoração monetária de toda a produção de derivados de babaçu obtida apenas nesse território alcançaria cerca de R$ 100 milhões, valor três vezes superior em relação ao que foi divulgado apenas para as amêndoas. Compreender os detalhes da importância econômica dos produtos do babaçu é condição necessária para delinear instrumentos não apenas para o fortalecimento desta economia, como também para reforçar a conservação dos babaçuais e proporcionar melhores condições de vida para as comunidades agroextrativistas.

Income Generation of Non-wood Forest Products in an Innovative Integrated Crop-Livestock-Forestry System

“…However, the most profitable scenarios used a portfolio with a high concentration of sales in one or two mesocarp products (Scenarios 5 to 8). Porro (2019) showed that the mesocarp is the least used part of the fruit. It demonstrates that there is no tradition to use this babassu NWFP and there is a lack of technical knowledge that can be a constraint to mesocarp using.…”

“…The time demand for domestic tasks, for instance, is still concentrated on women, which can be incompatible with the intensive labour-demanding extractive activity. Thus, cooperativism may be an alternative, because it allows to gain in scale, advance in specialization and improve in productivity and commercialization (Meinhold & Darr, 2019), as well as for accessing some public policies, such as PGPMBio (Porro, 2019). The diversification of activities and inclusion of rural population, especially young people, would also increase the possibility of preservation of extractive labour as an income source in the countryside.…”

Agência e contingência no acesso à terra e reprodução social camponesa no vale do rio Mearim, estado do Maranhão

“…ex Spreng. ), para evitar o extrativismo, tornou-se instrumento de expropriação, uma vez que parcela substancial dos meios de vida do campesinato maranhense deriva da venda de amêndoas de babaçu coletadas em áreas de pastagem (R. Porro, 2019). Além do mais, a obtenção de terras a oeste passou a ter limitações, e a muitos camponeses restou migrar para a periferia das cidades ou intensificar deslocamentos sazonais ao garimpo (Hoefle, 2013).…”

Babassu mesocarp meal for ewe lambs feeding: In vitro ruminal fermentation and in vivo apparent digestibility

“…As Babassu oil is extracted, several byproducts are produced. One of them is babassu mesocarp meal (BMM), also called babassu starch meal, used, without scientific support, by local ranchers for feeding ruminants due to its high availability compared to other regionally available by-products (Porro, 2019). Babassu mesocarp meal is rich in starch, which makes it highly energetic and a source of fastfermenting carbohydrates for ruminants (Sousa, Macedo Júnior, Santos, Silva & Borges, 2014).…”