Ciclos econômicos do extrativismo na Amazônia na visão dos viajantes naturalistas

Abstract

Resumo Este artigo discute alguns ciclos econômicos do extrativismo na Amazônia, a partir das observações de naturalistas viajantes ao longo dos séculos. Embora estivessem engajados na coleta de material da flora e da fauna da região, os naturalistas fizeram importantes observações sobre as transformações socioeconômicas que ocorreram na região movidas por tais atividades extrativistas. As atividades extrativistas discutidas aqui são as drogas do sertão, dando maior atenção à coleta do cacau, à exploração de tartarugas e à extração de látex para a produção de borracha. A análise é baseada em relatos específicos dos naturalistas sobre a exploração de recursos naturais que caracterizaram períodos de expansão e de declínio da economia extrativista na região. Esse recorte proporcionou agrupar os relatos que tratam de temas comuns, criando uma percepção temporal dos principais recursos explorados segundo a visão dos viajantes naturalistas. De forma geral, seus relatos raramente são mencionados por autores que discutem a economia extrativista da Amazônia atualmente.

CADEIAS PRODUTIVAS DOS FRUTOS NATIVOS DO CERRADO: estudo de caso sobre o agroextrativismo no Vale do Rio Urucuia em Minas Gerais e no Sul Maranhense The productive chains of the cerrado's native fruits and their specificities

“…Em termos de inserção no mercado nacional, os produtos da Amazônia se diferem daqueles do Cerrado. Enquanto que os primeiros, desde o início das explorações, atingem o mercado internacional como as "drogas do sertão" 3 (HOMMA, 2012;GOMES, 2018;RAVENA;MARIN, 2013), os produtos do Cerrado são consumidos localmente, como é o caso do pequi, do araçá, das plantas medicinais e da madeira. Essa diferença destaca a importância dos frutos nativos do Cerrado tanto para o autoconsumo quanto para o acesso a mercados e a geração de renda das populações locais.…”

Campesinato amazônico

“…As atividades extrativas podem ser definidas como a exploração direta de recursos naturais de origem animal, vegetal ou mineral, retirados diretamente da sua área de ocorrência natural (GOMES, 2018). Desde a época colonial, as expedições de coletas de produtos extrativos (como óleo de tartaruga, especiarias, madeira, óleos vegetais e sementes de cacau) constituíam a base de produção na Amazônia (WEINSTEIN, 1993).…”

Povos da Floresta: um estudo das nuances e das sinergias entre os Seringueiros do Acre e os Faxinalenses do Paraná, Brasil

“…Fonte: Alechandre (2007) Como a extração do látex foi por muito tempo a principal fonte de renda dos que viviam nos seringais, Gomes (2018) menciona que a economia da borracha favoreceu a preservação da espécie, ao absorver por um bom tempo toda a mão de obra disponível na região. O seringueiro apresenta um conhecimento da natureza e de experiências positivas e negativas ao longo das décadas que é transferido para seus descendentes e se reflete na elaboração de estratégias de uso e de manejo dos recursos naturais, sempre inclinada aos aspectos ecológicos.…”