“…A forma do capital financeiro -entendido como fusão das formas parciais do capital que ganha proeminência a partir do final do século XIX 16 -se caracteriza pelo alto grau de concentração e mobilidade e na centralização das decisões de investimento por agentes detentores de recursos financeiros expressivos. A integração de múltiplos setores de atividade a este padrão de acumulação impulsiona novas exigências de valorização da riqueza, provocando mudanças em mercados sensíveis, como os de produtos e serviços de saúde 12 . A financeirização se desdobra no acirramento de padrões concorrenciais, o que se expressa por meio de vários fenômenos: (i) a primazia da maximização do valor para acionistas na estratégia de grandes grupos econômicos; (ii) a formação ou o aprofundamento de oligopólios e a centralização de capital, sobretudo por meio de fusões e aquisições; (iii) o aumento das escalas de produção e de investimento, exigindo maiores recursos financeiros e maior endividamento; (iv) instabilidade e volatilidade no mercado financeiro com implicações para a alocação de ativos reais; (v) a participação crescente de instituições financeiras "tradicionais", como bancos e seguradoras, e de investidores institucionais, como fundos de pensão, fundos mútuos, fundos de investimento etc., no controle acionário de empresas não financeiras; (vi) a tendência à abertura de capital na bolsa (nacional e internacional) para viabilizar a captação de recursos; (vii) a intensificação da presença de capital internacional em mercados com grande potencial de exploração como o brasileiro; e (viii) a incorporação de novas estratégias à "função objetivo", alheios à sua atividade-fim originária 13,15,17,18,19,20 .…”