Avaliação da Relação Médico-Paciente em Alunos Internos de um Curso de Medicina

Abstract

RESUMO Objetivo: Avaliar as atitudes dos alunos internos de um curso de Medicina a respeito da relação médico-paciente, tendo como dimensões desta relação o cuidar e o compartilhar. Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa. No desenvolvimento da pesquisa foi utilizado um questionário com dados sociodemográficos ocupacionais e a Patient-Practitioner Orientation Scale (PPOS), que avalia a relação médico-paciente na perspectiva de estudantes. Foram entrevistados 136 alunos internos de um curso de Medicina de uma universidade de Goiânia (GO). Resultados: A média de idade dos alunos internos pesquisados foi de 24,7 (± 2,8), sendo 90 do sexo feminino (66,7%) e 128 (94,1%) solteiros. Os escores entre todos os alunos internos foram: global (4,48 ± 1,56), compartilhar (3,92 ± 1,59) e cuidar (5,04 ± 1,31). As mulheres apresentaram escores maiores no que tange ao fator “compartilhar” (3,97 ± 11,61) em relação aos homens (3,82 ± 1,54), com p = 0,034, e também na média global, feminino (4,51 ± 1,57) e masculino (4,40 ± 1,55), com p = 0,047. No fator “compartilhar”, aqueles que afirmaram ter realizado estágio extracurricular (3,98 ± 1,62) tiveram melhor escore do que os que não fizeram (3,81 ± 1,53), com p = 0,033. Os estudantes que apontaram a contribuição social na escolha do curso de Medicina (4,00 ± 1,58) apresentaram melhor escore no fator “compartilhar”. Conclusão: A maioria dos alunos internos pesquisados teve a atenção voltada à figura do médico e não à do paciente, o que é demonstrado principalmente pelo decréscimo dos escores no final dos períodos de formação. Em contrapartida, os acadêmicos acreditam que as expectativas, sentimentos e circunstâncias da vida do paciente possam interferir no tratamento. Mulheres, alunos que realizaram atividades extracurriculares durante o curso e estudantes que apontaram a contribuição social na escolha do curso apresentaram melhores resultados sob o ponto de vista de dialogar e permitir que o paciente faça parte do tratamento.

Relação médico-paciente: a importância de um atendimento humanizado

“…Esse vínculo é criado quando, na relação médico-paciente, há a introdução de estratégias que possibilitem a captura de informações, por meio do estabelecimento da confiança. Dessa maneira, os profissionais médicos conseguem responder às demandas dos pacientes amplamente, o que aumenta o nível de satisfação desses (NASCIMENTO et al, 2018).…”

“…No contexto da relação médico-paciente, a autonomia indica que o médico deve respeitar a escolha do paciente e se adequar a ela adotando uma postura bioética, pois as mudanças tecnológicas facilitaram o acesso a informações, que aumentou a autonomia do paciente na busca por conhecimento acerca da sua enfermidade e na decisão terapêutica, unindo as informações que ele procurou às que o médico ofereceu (NASCIMENTO et al, 2018). É, ainda, um processo que pode ser avaliado pelo profissional com base nas respostas do paciente, tendo por base o cumprimento do plano terapêutico singular acordado entre ambos (KUROIWA et al, 2018).…”

“…O conceito de humanização não está vinculado ao gasto financeiro, mas fatores humanos vinculados à compreensão do processo saúde-doença na sua totalidade, no objeto de trabalho, no manejo dos meios e dos instrumentos utilizados pelos profissionais de saúde. É inerente à humanização a empatia, que engloba a comunicação, compreensão, atenção e respeito, a fim de entender o outro em sua multiplicidade (SARMENTO et al, 2021;NASCIMENTO et al, 2018).…”

“…O uso de atividades lúdicas é estratégico porque permite aos alunos reconhecer nas artes situações que poderiam ser reais. Isso incita à reflexão e o desenvolvimento como indivíduo e como futuro médico, que corrobora para uma comunicação interpares mais eficaz e, futuramente, para um atendimento humanizado (NASCIMENTO et al, 2018).…”