Humanidades Médicas como Campo de Conhecimento em Medicina

Humanidades Médicas e seu Lugar no Currículo: Opiniões dos Participantes do Cobem/2017

“…As Ciências Humanas e Sociais sempre abordaram questões relativas à saúde ou à doença. Quando essas disciplinas aportaram na educação médica, introduziram a discussão sobre a prática de relações comunicativas entre médico e paciente discutidas nos âmbitos educacional e ético e, mais recentemente, no campo da bioética clínica e em pesquisa 2 . Assim, na Medicina, comprometeram-se com conjuntos bem definidos de problemas sobre a condição humana (morte, morrer, confidencialidade, aborto, personalidade, alocação de fundos a serviços de saúde etc.)…”

Atitudes subjetivas e objetivas de humanização do cuidado de estudantes e professores de Medicina

“…1,2 A partir dessas mudanças, o ensino médico se reestruturou adequando-se às novas práticas e voltando-se também, para o tecnicismo, para as práticas hospitalares e para uma formação voltada às especialidades. 4,5,6,7 Houve uma importante contribuição, dos avanços tecnológicos, para a Medicina e para os cuidados oferecidos à saúde da população, com redução do número de doenças. Apesar disso, cresceu a experiência de um reducionismo na observação da dimensão humana de cada ser e um prejuízo nos cuidados integrais ao paciente.…”

“…1 A partir dessa percepção de em foco e começam a modificar os parâmetros educacionais exigidos, até aquele momento. 1,5 Ainda assim, após 30 anos da promulgação da Nova Constituição e transformações do ensino médico, as relações médicas se mantêm distanciadas, com enfoque nas práticas hospitalares e a segregação do olhar médico. 1,5 Baseado nessas preocupações, o Conselho Nacional enseñanza utilizados son variados y predisponen a un aprendizaje amplio y con conocimiento integral del Sistema de Salud; hay una orientación de las prácticas para la adquisición de habilidades relacionales y de atención centrada en el paciente; y que la mayor parte de las asignaturas se preocupan por el desarrollo de habilidades de humanización que modifiquen la actuación del médico actual, pautada en la segregación de las especialidades y en la atención hospitalaria.…”

“…8,9,10 As competências de humanização em saúde são saberes que podem ser ensinados, aprendidos e avaliados; não fazem parte apenas do modo de ser de cada pessoa, mas requerem aprendizado e treinamento, a partir de habilidades ensinadas nas universidades, como: comunicação, valores éticos, sensibilidade com o sofrimento do outro. 4,5 A partir das DCNs dos Cursos de Medicina, temse tentado reestruturar os currículos, a fim de se adequarem ao novo modelo curricular exigido, incluindo a discussão dos temas de humanização e de práticas para desenvolvimento da competência relacional nos Projetos Pedagógicos. 3,7,10 No entanto, ainda não há resposta em relação às metodologias mais adequadas a serem utilizadas para alcançar os objetivos propostos, acrescidas da dificuldade por parte de aspectos subjetivos da construção da identidade do profissional médico.…”

Dimensão dos Problemas Éticos Implicados na Educação Médica

“…Mesmo as estratégias pautadas em atitudes "humanísticas" acabam sendo deixadas de lado, e, consequentemente, a compreensão e a discussão da condição humana ficam à parte 21 . No entanto, a dimensão ética na formação médica comprova um processo de fortalecimento, visibilidade e qualificação, a exemplo de algumas experiências de escolas médicas no Brasil que reforçam a relevância das Humanidades Médicas no currículo e a valorização de debates com ênfase no cuidado das relações desde o início da graduação 22,23,24 . Nesse sentido, consideramos que os obstáculos da "ética" da práxis estão na dobra das organizações e dos sujeitos-agentes, isto é, na maleabilidade e no inexplícito eixo de alguns objetos de discussão da ética.…”