Engenheiras na construção civil: a feminização possível e a discriminação de gênero

Abstract

This article discusses the challenges of feminization in a specific

Estudantes de engenharia: entre o empoderamento e o binarismo de gênero

“…Para metade delas, constatamos a permanência do binarismo de gênero, que se aproximava ora de certa ideia funcionalista de diferença, que se apresenta como complementaridade de habilidades, às vezes, de modo naturalizante, ora de um conservadorismo explícito sobre os significados de gênero, em que uma masculinidade é contraposta a uma feminilidade, sempre naturalizada e hierárquica. Apenas a luta pelo empoderamento não necessariamente leva a uma política de equidade, uma vez que concepções binárias operam sentidos que não rompem com a divisão sexual dentro do próprio campo das engenharias, com áreas de atuação demarcadas e produtoras de atos discriminatórios, como assédio moral e sexual, às vezes invisíveis ou vistos como naturais pelas engenheiras (LOMBARDI, 2017).…”

Satisfação Com O Trabalho Ededicação Ao Trabalho:um Estudo Com Empreendedorasno Interior Baiano

“…Contudo, esse cenário está mudando. Mulheres têm conquistado espaço no mundo do trabalho, inclusive, em áreas em que a atuação masculina predominava (CALAZANS, 2003;AGUIAR;SIQUEIRA, 2007;MELO, 2010;ROCHA-COUTINHO, 2010;SILVEIRA, 2011;LOMBARDI, 2017).…”

À Mulher Somente O Que É Para a Mulher?: Identidade, Estereótipos E Conflitos De Gênero Na Polícia Militar Do Rio De Janeiro

“…Assim, frente às lacunas de pesquisa observadas, a relevância da presente tese, em termos de sua contribuição teórica, é fundamentada em extensa revisão de literatura, a qual indicou inúmeros estudos que se propuseram a compreender a inserção, ascensão e a construção da identidade de mulheres que atuam em ambientes profissionais androcêntricos. Estes estudos demonstram que estas profissionais, atuantes em profissões como medicina direito, engenharia e áreas científicas, por exemplo, além da polícia, devem romper as barreiras de gênero existentes em seus ambientes de trabalho (KRINGEN e NOVICH, 2018), na busca pelo estabelecimento de uma relação de pertença para com suas organizações e seus pares do sexo masculino, reconstruindo ou negociando suas identidades a partir das identidades tipicamente masculinas destas profissões (BRUSCHINI e LOMBARDI, 1999;MILLER, 2004;FALKNER, 2009;LOUREIRO et al, 2012;HATMAKER, 2013;MARTIN e BARNARD, 2013;CARLI et al 2016;DOZIER, 2017;LOMBARDI, 2017;MARTINS, 2017;PRINGLE et al, 2017).…”

“…Neste universo, fortemente marcado pela masculinidade, ainda mais pronunciada em determinadas áreas de especialização, as questões de gênero têm um papel crucial na facilidade de inserção dos profissionais, sejam eles homens ou mulheres, mas de forma diametralmente oposta. A segregação ocupacional (HAKIM, 1979) pode ser claramente vista na engenharia, de forma horizontal, já que as mulheres tendem a ocupar as áreas de especialização tais como civil, produção e química e, também de forma vertical, quando se observa que são poucas as engenheiras que logram êxito em chegar ao topo das hierarquias organizacionais (LOMBARDI, 2017).…”

“…Além disto, estas profissionais mencionam terem sido resilientes a um ambiente de alta pressão, de jornadas prolongadas e incompatíveis com a vida familiar, condições insalubres de trabalho, discriminação, comportamentos hostis e linguajares vulgares advindos de seus colegas de trabalho, tudo isso na busca pela legitimação de uma identidade de engenheira, a qual deve atender ao contrassenso de ser igual a seus colegas homens e, portanto, deixar de ser mulher (LOMBARDI, 2017).…”