Doenças crônicas não transmissíveis e mudanças nos estilos de vida durante a pandemia de COVID-19 no Brasil

Abstract

RESUMO: Objetivo: Comparar as mudanças de estilos de vida durante a pandemia COVID-19, segundo a presença ou não de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) em adultos brasileiros. Métodos: Estudo transversal, com dados da pesquisa ConVid - Pesquisa de Comportamentos, realizada entre abril e maio de 2020. Avaliaram-se as variáveis estilo de vida e presença de uma ou mais DCNT (diabetes, hipertensão, doença respiratória, doença do coração e câncer). As características sociodemográficas foram usadas como ajuste. Calcularam-se as frequências relativas e os intervalos de confiança (IC) de 95% das variáveis antes da e durante a pandemia. Para a comparação de grupos, sem ou com DCNT, estimaram-se as prevalências e razões de prevalência bruta e ajustada (RPa) utilizando a regressão de Poisson. Resultados: Houve redução da prática de atividade física (60% nos sem DCNT e 58% nos com DCNT) e do consumo de hortaliças (10,8% nos sem DCNT e 12,7% nos com DCNT). Verificou-se aumento no tempo de uso de televisão e computador/tablet (302 e 43,5% nos sem DCNT e 196,5 e 30,6% nos com DCNT, respectivamente); consumo de congelados (43,6% nos sem DCNT e 53,7% com DCNT), salgadinhos (42,3% sem DCNT e 31,2% com DCNT) e chocolate (14,8% sem DCNT). Durante a pandemia, portadores de DCNT apresentaram menor prática de atividade física suficiente (RPa = 0,77; IC95% 0,65 - 0,92), maior hábito de assistir à televisão (RPa = 1,16; IC95% 1,08 - 1,26) e menor consumo de hortaliças (RPa = 0,88; IC95% 0,81 - 0,96). Conclusão: Evidenciou-se que adultos com DCNT tiveram seus estilos de vida mais alterados durante a pandemia de COVID-19.

Correlação entre ideação suicida e qualidade de vida entre diabéticos tipo 2 na pandemia

“…Com isso, a população adulta geralmente responsável pelo sustento de sua família, pode estar sofrendo uma grande pressão emocional sobre esse aspecto, deixando-os fragilizados emocionalmente e pressionados diante as situações de dificuldade. Em relação às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), a importância do cuidado à saúde de forma integral se reforça no contexto de pandemia, porém nesse período ocorreram mudanças sobre a atenção do sistema de saúde, prejudicando o acesso ao serviço de saúde e a medicamentos também, logo aumentando os fatores de risco para pessoas com DCNT (Malta et al, 2021). Este reflexo pode ser observado nas respostas dos questionários, tendo os resultados das correlações entre fatores da qualidade de vida e ideação suicida, em sua maioria, inversamente proporcionais e de forte significância estatística.…”

“…Tratar de uma doença crônica já é em si bastante desafiador e acredita-se que a ocorrência da pandemia possa ter intensificado esses desafios, interferindo na saúde em geral e na qualidade de vida dos diabéticos em geral. De acordo comMalta et al (2021), estudos realizados no Brasil indicam que durante o período da pandemia hábitos não saudáveis tais como consumo de álcool e tabaco, sedentarismo e consumo de alimentos ultraprocessados aumentaram significativamente entre a população adulta. Observou-se que o convívio com situações estressoras, tais como a perda de emprego, diminuição de renda, dificuldades relacionadas ao sustento familiar, podem resultar na diminuição de comportamentos saudáveis.…”

Prevalence and Factors Associated with High Risk for Coronary Events in the Brazilian Population: Evidence from Two Household Surveys

“…It is believed that this prevalence may increase in the coming years, due to the effect of the scal adjustment period implemented in 2016 through Constitutional Amendment 95 associated with the economic and health crisis promoted by the COVID-19 pandemic (43)(44)(45). Studies have shown an increase in exposure to unhealthy eating, sedentary lifestyle, alcohol abuse, and smoking in Brazilians during the pandemic, with a higher prevalence of exposure among Brazilians living with CNCD (45).…”

Um relato de experiência sobre a participação no PET-SAÚDE/GRADUASUS e o impacto na vida acadêmica

“…Unir forças entre o serviço e a graduação possibilita realizar uma leitura mais ampla do processo complexo em que as doenças crônicas degenerativas se apresentam. Estas assumem patamares cada vez mais elevados, sendo responsáveis por até 76% das causas de morte no Brasil e, com isso, despertam preocupações junto as autoridades em seus planejamentos de saúde, uma vez que comprometem os projetos de bem estar/ saúde das pessoas em geral, já que, com o passar do tempo, essas doenças levam a complicações incapacitantes (Malta et al, 2021).…”