Sobrevida de idosos e exposição à polifarmácia no município de São Paulo: Estudo SABE

Abstract

RESUMO: Introdução: O uso de polifarmácia pode ser resultante da presença concomitante de condições crônicas, atendimento por diversos médicos e automedicação. Combinada com a vulnerabilidade de idosos aos efeitos dos medicamentos devido a alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas, a polifarmácia torna essa população mais suscetível a desfechos adversos. No Brasil, estudos mostram que a polifarmácia é um problema frequente entre idosos, mas faltam informações sobre sua associação com mortalidade. Objetivo: Avaliar a sobrevida de idosos do município de São Paulo expostos ao uso de polifarmácia (cinco ou mais medicamentos). Métodos: Trata-se de uma coorte de base populacional, o Estudo Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (Sabe), da qual se pesquisou o seguimento de 2006 a 2010. A amostra foi composta por 1.258 indivíduos com 60 anos ou mais. O método de Kaplan-Meier e o modelo de riscos proporcionais de Cox foram usados para examinar a associação entre mortalidade e polifarmácia. Resultados: A probabilidade de sobrevida após cinco anos dos indivíduos usuários de polifarmácia na linha de base foi de 77,2%, enquanto nos não usuários foi de 85,5%. Apolifarmácia permaneceu como fator de risco para óbito mesmo após ajuste de demais condições associadas à mortalidade, como idade, sexo, renda, doenças crônicas e internação hospitalar. Conclusão: Os resultados apontam para a polifarmácia como um preditor de mortalidade para pessoas idosas. O uso de múltiplos medicamentos por idosos deve ser cuidadosamente avaliado para evitar ou minimizar danos a essa população.

Uso de Práticas Integrativas e Complementares por idosos: Pesquisa Nacional de Saúde 2013

“…Aging is a natural and physiological life process that has reported accelerated and ongoing increase in Brazil. Considering the high prevalence of Chronic Non-communicable Diseases (CNCDs), its associated comorbidities and other health conditions with high incidence on the elderly population, the use of medicine plays a central role in both the treatment and the recovery, representing one of the key elements in the elderly people's health care [1][2][3][4][5] . Considering that reality, it is necessary to adopt health promotion actions and prevention of deterioration, especially regarding basic care assistance.…”

Polypharmacy in community-based older adults: results of the Fibra study

“…Data from the National Health Survey (or PNS) show that 54.1% of older adults (60 years and over) had a chronic disease, 47.1% two such illnesses and 33.2% three or more 2 . With the occurrence of multiple chronic diseases, there is a significant increase in the simultaneous use of five or more drugs (polypharmacy) [3][4][5] , the prevalence rates of which are 13.0, 37.0 and 60.0% in Brazilian older adults with two, three and four or more diseases, respectively 6 .…”

Estudo da prevalência de competições terapêuticas entre idosos com multimorbidades do estudo SABE (Saúde, Bem-estar e Envelhecimento)

“…No presente estudo, Reflexões, critérios e protocolos, considerando os aspectos característicos desta população como presença de multimorbidades, adesão a polifarmácia, reações adversas, farmacocinética, farmacodinâmica, alimentação e fatores ambientais, tem sido elaborados para guiar os profissionais de saúde no uso seguro de medicamentos nesta população [87][88][89]. Porém, ainda assim, diversos problemas de saúde associados ao uso de medicamentos tem Estudo SABE, também utilizaram esta definição 56,76,80,83,90,[100][101][102][103]. Assim, definimos polifarmácia como o uso de 5 ou mais medicamentos no presente estudo.…”

“…Como apresentada na introdução, diversas definições para polifarmácia tem sido usadas na literatura 92,93. Para este estudo, selecionou-se o corte de 5 ou mais medicamentos por ser uma das definições mais aceitas para população idosa56,76,78,80,90,95- 98,101-103 e tem sido associada com desfechos negativos em saúde, como dependência para atividades instrumentais de vida diária, queda, fragilidade e mortalidade 83,91,93,99,100. Quadro 5 -Codificação e categorização das variáveis independentes consideradas neste estudo.…”

“…O presente estudo agrega a literatura evidenciando associações entre polifarmácia, hospitalização, queda e pior percepção de saúde com presença de CT.Polifarmácia e o uso não racional de medicamentos tem sido associados a diversos desfechos negativos em saúde, especialmente na população idosa. Por exemplo estudos tem mostrado que polifarmácia está associada à eventos adversos a medicamentos, interações medicamentosas, uso inapropriado de medicamentos, pior percepção de saúde, síndrome da fragilidade, incapacidade funcional, queda e mortalidade 56,76,77,90,91,99,100,[150][151][152]. Hospitalização e pior percepção da saúde também foram associadas à CT. Pessoas com piores condições de saúde e/ou multimorbidade tem maior chance de necessitarem de hospitalizações recorrentes e, consequentemente tendem a relatar uma pior percepção de saúde.…”