Negras in tech: apropriação de tecnologias por mulheres negras como estratégias de resistência*

Abstract

Resumo Em 2018, a iniciativa PretaLab publicou o resultado de um levantamento que mapeou a inserção de mulheres negras e indígenas nas TICs. Este artigo analisa esses dados em busca de compreender a apropriação de tecnologias por mulheres negras como estratégias de resistência. Foram analisados os dados estatísticos e depoimentos em vídeo, além de 15 projetos mencionados pelas entrevistadas onde se aplicou a Análise de Redes Sociais na Internet (ARS). Vimos que as mulheres negras buscam dominar as tecnologias, a fim de propor soluções para as brechas tecnológicas e fazer uso social das habilidades adquiridas.

A fablab at the periphery: Decentering innovation from São Paulo

“…In the process, the lab also became more diverse, welcoming groups traditionally excluded from tech hubs, particularly women and Black people, who were now being directly called to occupy this space. As Dulcilei Lima and Taís Oliveira (2020) remind us in their work about Afro‐Brazilian women in tech, although marginalized groups have been structurally barred from tech careers, this does not mean they do not engage in tech practices. Afro‐Brazilian women, they explain, have long drawn on web design, game development, and social entrepreneurship to form communities of knowledge, express themselves, and give visibility to their concerns (see also Bahia, Agustini, and Barenboim 2018).…”

A utilização do Instagram como ferramenta para empreendedoras negras: uma análise dessa realidade em São Luís do Maranhão

“…Não diferente, empreendedoras negras também vêm se apropriando das mídias digitais para impulsionar seus negócios, mas com mais dificuldades, tendo em vista a desigualdade tecnológica e a exclusão digital do nosso país, que atinge de forma maior as pessoas negras. Segundo o Dossiê Mulheres Negras: retrato das condições de vida das mulheres negras no Brasil (2013), do IPEA, um dos poucos que trazem a questão do acesso às tecnologias com recorte de gênero e raça, aponta que os domicílios chefiados por mulheres negras são os que mais carecem desses recursos em comparação aos chefiados por homens negros, mulheres brancas e homens brancos (LIMA, 2021). Porém, essas redes são fundamentais para elas, pois podem conectá-las e levar seus negócios a um patamar mais amplo, usando apenas um smartphone.…”