A economia do compartilhamento, em especial as plataformas digitais, tem ganhado relevância no debate acadêmico de marketing e consumo dado o seu impacto na transformação dos arranjos de mercado. Contudo, na esteira desse processo, observa-se consequências negativas derivadas dos desequilíbrios provocados pela concentração de poder nos proprietários das plataformas. Na busca por arranjos de mercados capazes de assegurar a distribuição de valor gerado de forma compartilhada e mitigar os seus desequilíbrios, perspectivas recentes têm recuperado a noção de cooperativismo para projetar modelos mais justos de plataformas digitais. Neste ensaio teórico, buscamos refletir e mapear a construção de novos arranjos de mercado em uma economia compartilhada e cooperativa. Para isso, reconhecemos o cooperativismo de plataforma como um modelo alternativo àquele controlado por grandes corporações. Finalmente, nós combinamos os princípios do cooperativismo e de governança distribuída para propor uma tipologia para as diferentes configurações dos arranjos de mercado vinculados a plataformas cooperativas.