Todos nascemos nus e o resto é drag: performatividade dos corpos construídos em sites de redes sociais

Abstract

Resumo O artigo analisa os modos como o programa RuPaul’s Drag Race desdobra-se através de plataformas digitais visando a compreensão das performatizações de self e, em consequência, de gêneros, que são acionadas nesses processos marcados pela convergência e pelo espalhamento mediático. Através de um uso experimental da análise de construção de sentidos em redes digitais, são tecidas inferências sobre os comentários da página oficial do programa e da página criada por fãs brasileiros RuPaula – ambas do Facebook. A primeira parte do texto problematiza noções de performance, self e performatividade do sexo/gênero, intuindo as maneiras como no contexto dos media tais processualidades têm suas potências semióticas intensificadas, podendo romper com quadros (hetero)normativos. Na segunda parte, os materiais analisados permitem visualizar um jogo de performances que fazem pensar em uma pretensa semiodiversidade que é instaurada em redes específicas mobilizadas pelo reality.

Apanhador (Não Tão) Só: Acontecimento em rede e as afetações de uma ruptura de coerência expressiva

“…Além das hashtags citadas acima, uma série de eventos vinculados a estas temáticas engendraram formas no ambiente dos SRSs, sinalizando para sua força propulsora. Ao mesmo tempo, esse ambiente revelou-se espaço de natureza conflitiva, com disputas de territórios, apropriações de distintas especificidades, lógicas algorítmicas e vulnerabilidades sistêmicas (Oliveira;Osório;Henn;Kolinsk Machado;Gonzatti, 2019;Henn;Pilz;Machado, 2018;Malessa;Esmitiz, 2018).…”