A questão do método no desenvolvimento de pesquisas em psicanálise ainda é problemática, o que resulta na dificuldade de muitos pesquisadores desse campo em explicitar um caminho de pesquisa que possa ser percorrido por outrem. Este artigo reflete acerca da escolha metodológica em uma pesquisa psicanalítica a partir de uma discussão sobre a ética do cuidado, amparada nas contribuições ferenczianas. Propomos pensar em três momentos da pesquisa. O primeiro momento, da hospitalidade, que se ampara no processo de escuta. O segundo momento, de escrita dos diários clínicos no contexto de pesquisa, traz algo do que o pesquisador vivencia naquele momento, inquietações no processo de escuta clínica. No terceiro momento, tais vivências são unificadas através da escrita e sua teorização. Assim, a partir de tal experiência de pesquisa, propomos que as contribuições de Ferenczi oferecem ferramentas para uma ética na pesquisa em psicanálise, principalmente em contextos de violência.