Percepção dos profissionais sobre a coordenação entre níveis de atenção à saúde em dois municípios pernambucanos de grande porte

Abstract

Objetivou-se conhecer a percepção de profissionais de saúde sobre a coordenação da atenção entre níveis assistenciais em dois municípios do estado de Pernambuco, Brasil. Pesquisa qualitativa foi realizada por meio de entrevistas em profundidade, com 51 profissionais de atenção básica (AB) e especializada (AE) quanto à coordenação da gestão clínica e fatores que a influenciam. Os resultados mostraram que, embora se observe compreensão insuficiente do termo Coordenação da atenção entre níveis, há reconhecimento da importância e do esforço em investir nesse processo. A insuficiência de comunicação entre AB e AE é vista como causa e consequência de problemas que dificultam a coordenação da gestão clínica nas dimensões do seguimento, acessibilidade e coerência da atenção. Não se observaram iniciativas de aproximação entre profissionais da AB e AE, no sentido de promover conhecimento mútuo, fortalecer a qualificação profissional e o manejo conjunto dos casos.

Experiência de coordenação do cuidado entre médicos da atenção primária e especializada e fatores relacionados

“…There were disagreements about inadequate treatments and referrals, especially in the experience of SC physicians, a result similar to that of other studies 11,12,19 . Possible issues in the quality of referrals promote the travel of companions and patients and favor the inappropriate use of specialized services, increasing waiting times, and aggravating difficulties in accessing the therapeutic rearguard 12,20 . Also, discordant therapeutic plans can generate a perception of discontinuity and insecurity regarding the quality of care, which is considered an expression of the lack of care coherence 16,21 .…”

“…In the SUS, studies analyzing care coordination from the perspective of PHC physicians, who are primarily responsible for screening the demand to other levels of care, are also less frequent, and SC physicians who receive and share the care of referred users, such as those performed by Vázquez et al 11 , Jesus et al 12 and Oliveira et al 13 . The need for interlevel collaboration is increasingly related to the provision of safe and quality care, although organizational (time unavailability, lack of structures, rules, and communication resources), professional barriers (different characteristics and personal, social, and communication values) are recognized, among other that challenge a more articulated performance 14 .…”

Percursos e obstáculos na Rede de Atenção à Saúde: trajetórias assistenciais de mulheres em região de saúde do Nordeste brasileiro

“…Neste estudo, nos casos em que a comunicação foi potente, esta representou uma ferramenta importante na produção do cuidado e um dos principais fatores de satisfação das usuárias 27 . Estudos convergem ao apontar o valor da comunicação horizontal entre profissional e usuário 11,28 , o que contribui para a adesão ao tratamento.…”

O conceito de regionalização do Sistema Único de Saúde e seu tempo histórico

“…In this respect, the fields of research reveal a limited managerial perception of the question, counting on scant influence and input from the academy in the debate about the regionalization of the SUS -the impact of the conceptual deficiency in the production process becomes visible when each point uses different nomenclatures for similar ideas and processes (Jesus et al, 2018).…”