“…Ou seja, uma mulher representada enquanto sujeito complexo, em uma multiplicidade de papéis e que se distancie da construção do discurso patriarcal 'oficial', observando-se a interseccionalidade referente à raça, sexualidade, classe social, dentre outros marcadores de identidade da mulher, os quais fazem com que, cada vez que apareça a palavra mulher, ainda que esteja no singular, seja representativa de um amplo sentido plural. (Kamita 2017(Kamita , 1395 Nesse sentido, ao ampliarmos essa prática para uma pluralidade não apenas de gênero, mas também de raça, classe, território, geração, etc., se torna possível o desenvolvimento de um cinema que construa imagens, sons e narrativas mais representativas em relação à diversidade de pessoas e realidades, que dá também atenção aos outros sentidos, não apenas à visão. Como sugere Kamita, a simples presença de mulheres (ou de outros grupos com pouco espaço na produção audiovisual) atrás das câmeras não se traduzirá necessariamente em um discurso destoante das narrativas normalmente reproduzidas nesse cinema, mas defendemos que uma maior pluralidade -principalmente nos cargos de chefia -na equipe e no elenco já é um movimento de resistência, que de diversos modos tensiona com as estruturas e os olhares hegemônicos da prática cinematográfica.…”