O artigo analisa o cotidiano de desigualdades ao qual estão submetidas trabalhadoras domésticas, em sua maioria negras, no Rio de Janeiro. Para isto, foram realizadas entrevistas em profundidade com roteiro semiestruturado nas quais o fio condutor fundamental foram os marcadores sociais de gênero, raça e classe e suas imbricações enquanto eixos estruturantes das dinâmicas de desigualdade. Desta forma, a partir dos relatos destas trabalhadoras, esta pesquisa busca compreender, através de uma perspectiva interseccional, como as relações sociais podem moldar e interferir no relacionamento desigual entre patroa/patrão e empregada em diferentes âmbitos. Foi possível constatar o escasso universo de escolhas das trabalhadoras em relação à ocupação; a estrutural exploração e desvalorização à qual estão submetidas, por realizarem diretamente o trabalho de reprodução social de forma remunerada e os estereótipos racializados articulados a este tipo de emprego.