RESUMOEste artigo utiliza duas narrativas de jornadas pessoais de transnacionalismo negro a partir dos escritos e das ideias de Lelia Gonzalez e Ella Baker, mulheres negras pensadoras ativistas, seminais e radicais, para refletir sobre a carga tripla enfrentada por trabalhadoras domésticas negras no Brasil e nos EUA. Consideram-se as ideias e formas de vida da aldeia contemporânea de quilombolas pescadores e pescadoras, visto do jardim de uma marisqueira, para refletir sobre o espaço de contribuição potencial e equitativo, a práxis e o pensamento, e as aberturas epistêmicas possíveis no universo acadêmico, quando conhecimentos marginalizados e multifacetados são postos. Utilizou-se os conceitos teóricos de Amefricanidade, interseccionalidade e afeto comum, bem como a noção de encruzilhada encontrada em muitas tradições culturais do pensamento Afrodescendente. Palavras-chave: Interseccionalidade. Abertura epistêmica. Ideias quilombolas. Amefricanidade. Transnacionalismo negro.
ABSTRACT BLACK TRANSNATIONALISM: THE CROSSROADS OF AMEFRICAN@SUsing two personal-journey narratives of black transnationalism, the writings and ideas of seminal radical black women activist-thinkers Lelia Gonzalez and Ella Baker about the triple burden faced by black domestics in both Brazil and the USA, and the ideas and ways of life of a contemporary quilombola fishing village, as seen from a shellfisher's garden, this article reflects on the space of potential, equitable contribution to praxis and thought, as well as on the epistemic openings possible in the academy, when marginalized, multifaceted knowledges are brought in. The analysis is done using the theoretical concepts of Amefricanity, intersectionality, and ordinary affects, as well as the notion of crossroads from many African-descended traditions of belief and thought.