“…Essa ilustração se volta para protestos multitudinários recentes, como aqueles observados em contextos tão variados como a Islândia, o Egito, os Estados Unidos, a Espanha, a Turquia e o Brasil (CASTELLS, 2013;FOMINAYA, 2014;DELA PORTA, 2015). Diante do caos e da incerteza alimentados por tais manifestações (DOMINGUES, 2014;MENDONÇA et al, 2016), e da força de manifestações individuais nesses processos (BENNETT & SEGERBERG, 2013;CASTELLS, 2013), tornou-se importante discutir os elementos configuradores de identidades coletivas ao longo desses processos (MENDONÇA, 2015;GERBAUDO, 2015;GERBAUDO & TRERÉ, 2015;MONTERDE et al 2015). Pautada na discussão mais tradicional sobre confronto político, e inspirada nas discussões canônicas de Melucci (1996) sobre identidade coletiva, essa literatura busca identificar as condições de tessitura de um "nós", ainda que instável, heterogêneo e plural, a atravessar tais ciclos de protestos.…”