2019
DOI: 10.1590/1678-49442019v25n2p365
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Figuras do constrangimento: As instituições de Estado e as políticas de acusação sexual

Abstract: IntroduçãoEste artigo analisa a produção de determinadas políticas de acusação sexual presentes no interior de instituições de Estado. Estas políticas dizem respeito à veiculação de discursos, atos e práticas que contribuem para a gestão de conflitos, recursos, direitos, bens e serviços que chegam à população. A discussão é parte da etnografia realizada em creches públicas situadas nos morros da Mineira e do São Carlos, um complexo de favelas pertencente à Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. A partir da ob… Show more

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“…A pesquisa antropológica que subsidia este artigo se inspira em uma tradição de estudos documentais, de caráter etnográfico, que vem se consolidando no Brasil, nas últimas décadas Lowenkron, 2020;Fonseca et al, 2016;Ferreira, 2014;Vianna, 2014) sobre modos de administração pública de processos sociais relativos ao viver, adoecer, morrer, conectados à perspectiva de se perscrutar os interstícios do "duplo fazer" de gênero e do Estado Lowenkron, 2017). Essa via da coprodução do gênero e do Estado, por meio da regulação da sexualidade e da reprodução entre mulheres, tem sido também explorada por Corossacz (2009), Dalsgaard (2006), Faya-Robles (2015) e Fernandes (2019aFernandes ( , 2019b, em sua incursão etnográfica no Rio de Janeiro, nos morros da Mineira e do São Carlos, em torno das categorias "novinhas", "mães nervosas" e "mães abandonantes", presentes no discurso popular.…”
Section: Procedimentos Metodológicosunclassified
“…A pesquisa antropológica que subsidia este artigo se inspira em uma tradição de estudos documentais, de caráter etnográfico, que vem se consolidando no Brasil, nas últimas décadas Lowenkron, 2020;Fonseca et al, 2016;Ferreira, 2014;Vianna, 2014) sobre modos de administração pública de processos sociais relativos ao viver, adoecer, morrer, conectados à perspectiva de se perscrutar os interstícios do "duplo fazer" de gênero e do Estado Lowenkron, 2017). Essa via da coprodução do gênero e do Estado, por meio da regulação da sexualidade e da reprodução entre mulheres, tem sido também explorada por Corossacz (2009), Dalsgaard (2006), Faya-Robles (2015) e Fernandes (2019aFernandes ( , 2019b, em sua incursão etnográfica no Rio de Janeiro, nos morros da Mineira e do São Carlos, em torno das categorias "novinhas", "mães nervosas" e "mães abandonantes", presentes no discurso popular.…”
Section: Procedimentos Metodológicosunclassified
“…Tal caracterização da transmissão está associada a ideias que, similarmente, definem reprodução e gestação como sendo "problemas" de mulheres. Diversos estudos antropológicos analisam a construção de figuras maternas e as teias de responsabilidades que as envolvem (FERNANDES, 2019;FONSECA, 2007). A epidemia de Zika atualiza antigas percepções sobre mulheres e maternidades "responsáveis" reveladas, por exemplo, na responsabilização feminina em evitar a gestação (PORTO; MOURA, 2017), assim como nos atos cotidianos de cuidado com os bebês (ALVES; SCOTT et al, 2018;WILLIAMSON, 2018).…”
Section: Zika E a Infraestrutura De Controle Vetorial No Brasilunclassified
“…O tema da reprodução entre jovens negras e pobres está relacionado com suas expressivas dificuldades para acessar serviços de saúde, (im) possibilidade de parir em condições dignas 11 , ao sofrimento e maus-tratos no atendimento pós-aborto 12 , além de uma miríade de procedimentos legais, jurídicos, socioassistenciais que, a despeito de proteger seus interesses, negam sua liberdade sexual e reprodutiva, chegando a criminalizar as práticas reprodutivas neste segmento populacional, intervindo em seus corpos de forma coercitiva. São tecnologias de governos que tutelam seus corpos, punem suas decisões reprodutivas, confiscam seus filhos, entre outras ações de caráter arbitrário [13][14][15] .…”
Section: Introductionunclassified