“…A pesquisa antropológica que subsidia este artigo se inspira em uma tradição de estudos documentais, de caráter etnográfico, que vem se consolidando no Brasil, nas últimas décadas Lowenkron, 2020;Fonseca et al, 2016;Ferreira, 2014;Vianna, 2014) sobre modos de administração pública de processos sociais relativos ao viver, adoecer, morrer, conectados à perspectiva de se perscrutar os interstícios do "duplo fazer" de gênero e do Estado Lowenkron, 2017). Essa via da coprodução do gênero e do Estado, por meio da regulação da sexualidade e da reprodução entre mulheres, tem sido também explorada por Corossacz (2009), Dalsgaard (2006), Faya-Robles (2015) e Fernandes (2019aFernandes ( , 2019b, em sua incursão etnográfica no Rio de Janeiro, nos morros da Mineira e do São Carlos, em torno das categorias "novinhas", "mães nervosas" e "mães abandonantes", presentes no discurso popular.…”