Resumo Além de contribuir para o estudo da família afro-brasileira, o trabalho de Louis Marcelin reflete de forma original sobre a produção do espaço nas periferias populares. Em particular, mostra como o espaço habitado reproduz hierarquias raciais inseridas na longa duração do tempo histórico e como as casas agenciam corpos e territórios. Contudo, Marcelin pouco aprofundou o estatuto do espaço nas próprias configurações de casas. Este artigo enfrenta o problema através da distinção entre “quase-configurações de casas” e “configurações de casas” stricto sensu: enquanto as primeiras dependem apenas do ego a partir do qual observamos fluxos de coisas e pessoas, as segundas remetem a uma experiência mútua do espaço.