Produção e composição do leite em função da alimentação de vacas mestiças Holandês x Zebu confinadas em condições experimentais no Brasil - Metanálise

Abstract

RESUMO Objetivou-se avaliar os fatores da composição da dieta que podem interferir no consumo, na digestibilidade, na produção e na composição do leite de vacas mestiças Holandês x Zebu confinadas em condições experimentais no Brasil. A metanálise foi utilizada para o levantamento de trabalhos científicos de domínio público, compreendendo o período de janeiro de 2000 a dezembro de 2015. A base de dados foi constituída por 40 experimentos com 159 tratamentos, envolvendo 735 vacas em lactação. O consumo de nutrientes digestíveis totais (NDT) é comprometido pelo teor de fibra em detergente ácido (FDA) da dieta, relacionando-se com a digestibilidade da matéria seca (MS) e da fibra em detergente neutro (FDN), o que repercute na eficiência alimentar (EA). Observa-se a relação do teor de carboidratos não fibrosos (CNF) da dieta com o teor de lactose e o efeito do teor de MS da dieta e o elevado teor de FDN no consumo em função das características específicas dos tipos de volumosos utilizados. O consumo de NDT da dieta é prejudicado pela digestibilidade da MS e, principalmente, da FDN em função da proporção e das características dos volumosos utilizados na dieta, e esses fatores repercutem na EA, bem como na produção e na composição do leite.

Estudo longitudinal sobre o efeito das estações do ano na produção, composição centesimal, qualidade microbiológica e preço do litro do leite em uma fazenda leiteira no Rio Grande Do Sul – Brasil

“…Os teores de gordura foram maiores no outono (Tabela 3), tal resultado, pode ser justificado pela menor produção de leite (Tabela 5), concentrando a quantidade de gordura (Alessio, 2017). Além disso, no outono as espécies perenes estivais (Cynodon dactylon, Cynodon spp) reduzem significativamente sua produção de forragem, em função de fatores limitantes de crescimento como, fotoperíodo, temperatura e radiação solar (Sbrissia et al, 2017), contribuindo para que as espécies forrageiras em final de ciclo apresentam menores Research, Society and Development, v. 9, n. 11, e1419119490, 2020 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9490 teores de carboidratos não fibrosos e maiores teores de fibra em detergente neutro (Alessio, 2017;Férrer et al, 2018;Jashari et al, 2016), proporcionando maior proporção de ácido acético no rúmen, o qual é um dos percursores para a síntese de gordura na glândula mamária (Van Soeste, 1994). Segundo Milani et al (2016), o maior percentual de gordura no leite no outono é decorrente da baixa qualidade nutricional das pastagens tropicais (Pennisetum americanum L. e Sorghum bicolor.)…”

“…Além disso, o verão caracteriza-se por apresentar temperaturas mais elevadas (Tabela 1), acarretando com que os animais sofram com o estresse térmico, limitando o consumo de matéria seca e diminuindo o teor de proteína do leite (Fanti et al, 2008). Entretanto, a primavera também apresentou menores teores de proteína no leite (Tabela 3), seguindo uma tendência inversa à produção (Tabela 5), o que pode também explicar tal situação, em virtude da diluição da proteína no leite (Alessio, 2017;Pales et al, 2005).…”

“…A CBT é uma medida direta de contaminação no leite (Bozo et al, 2013 A produção de leite está inteiramente ligada ao consumo de alimentos (Alessio, 2017) e as diferentes fontes de alimentação ao longo do ano. Noro et al (2006), ao estudarem 165.311 observações no estado do Rio Grande do Sul, observaram que a maior produção de leite oriunda no inverno, foram devidas as forrageiras de melhor qualidade em comparação as forrageiras de verão.…”