Impacto na saúde mental de enfermeiros pediátricos: um estudo transversal em hospital pediátrico terciário durante a pandemia de COVID-19

Abstract

Resumo Objetivo: avaliar problemas de saúde mental em enfermeiros pediátricos durante a pandemia causada pelo coronavírus 2019. Método: estudo transversal realizado com enfermeiros pediátricos do Instituto da Criança e do Adolescente, por meio de uma pesquisa online de autoavaliação sobre prática clínica e impacto na saúde mental, durante a pandemia de COVID-19. Foram avaliadas escalas de autoavaliação validadas para ansiedade, depressão e burnout. Resultados: 107/298(36%) enfermeiros responderam, dos quais 90% eram do sexo feminino, a mediana de idade atual era 41(23-64) anos, 68% trabalhavam com adolescentes, 66% trabalhavam na linha de frente. Burnout, ansiedade e depressão moderada/grave ocorreram em 65%, 72% e 74% dos enfermeiros, respectivamente. Falta de protocolo de tratamento padronizado nas enfermarias (27% vs. 10%, p=0,049), depressão moderada/grave (74% vs. 16%, p=0,002) e burnout (82% vs. 58%, p=0,01) foram significativamente maiores em enfermeiros pediátricos com ansiedade, em comparação com enfermeiros sem essa condição. Os enfermeiros pediátricos que trabalhavam com adolescentes apresentaram maior frequência de burnout, quando comparados aos que não trabalhavam com esse grupo (77% vs. 32%, p=0,0001). A análise multivariada revelou que o cumprimento adequado da quarentena aumentou a presença de ansiedade em 4,6 vezes [OR 4.6(IC 1,1-20,2), p=0,04]. Conclusão: a maioria dos enfermeiros pediátricos atuava na linha de frente da COVID-19, em condições precárias, trabalhando com equipe reduzida e enfrentando perdas expressivas de renda. A ansiedade atual foi um tema relevante e o burnout também foi uma condição mental importante para esses profissionais, reforçando a cultura do bom trabalho em equipe, das práticas de colaboração e do cuidado psicológico/psiquiátrico.

The Age of Young Nurses Is a Predictor of Burnout Syndrome during the Care of Patients with COVID-19

“…In Latin America, moderate and severe levels of BS are seen in medical and nursing personnel. In a pediatric hospital in Brazil, it was reported that nurses who worked with adolescents showed a higher frequency of BS compared to those who did not work with this group (77% vs. 32%, respectively) [ 26 ]. However, this was shown to a lesser extent in a multicenter study in which ICU nurses had 28.8% emotional exhaustion, 39.9% depersonalization, and 26.1% low professional achievement [ 27 ].…”

“…First, because the design was unicentric, it was not possible to describe the differences between other local and regional realities, as resources may not be equal across provinces and health centers in rural or indigenous areas. This is especially important because, as some studies have described, these factors increase the likelihood of having BS in nursing [ 26 ]. Another limitation is that this study was focused on finding out the occupational factors of BS, but it is important to characterize its relationship with factors of mental health problems such as anxiety or depression, which have flourished during the pandemic [ 13 , 32 , 36 ].…”