O presente artigo propõe uma nova definição ao conceito de interdisciplinaridade, especialmente no âmbito das ciências ambientais no Brasil, com vistas a demonstrar que a tentativa de dar sentido e significado ao termo está totalmente aberta e em constante disputa. Assim, este texto não se exime de definir a interdisciplinaridade ambiental nos termos de uma democracia pluralista, conforme exposta por Chantal Mouffe em sua teoria do discurso, ao conceituar o jogo político das sociedades democráticas a partir do conceito de agonismo. Esse conceito pressupõe a luta adversarial, sem a possibilidade de consensos como pano de fundo de toda e qualquer trama discursiva. Nessa sequência, se é factível definir a interdisciplinaridade como um campo político e, portanto, discursivo, pode-se pensar em defini-la como uma democracia pluralista, uma vez que determinado espaço que se diz interdisciplinar, afirma-se, é formado por diversas e distintas disciplinas (discursos), as quais se inter-relacionam por meio de tensões agônicas, e até mesmo antagônicas, em prol da hegemonização de suas demandas.