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Resumo O artigo pretende apresentar contribuição para a reflexão sobre as relações entre Literatura Comparada e a assim chamada “pós-teoria”, trazendo ao debate o pensamento do teórico Johan Faerber e sua recente publicação: Après la littérature: écrire le contemporain (2018). Para contornar o desgastado prefixo “pós” (pós-colonialismo, pós-modernismo, etc.), o autor chama as literaturas do extremo contemporâneo de “littératures de l´Après” (literaturas do Depois), refletindo sobre o que poderia caracterizar tais literaturas, e concluindo, com base em estudos de Dominique Viart, que independentemente do período em que foram escritas, as literaturas do Depois são as que ressurgem quando se pensa que a literatura está morta (Todorov, Compagnon, entre outros). Essa ressurgência acontece com a criação dos romances “desconcertantes” que são os que recusam a doxa e “escapam às significações pré-concebidas do prêt-à penser-culturel” (VIART, 2006, p. 13). O artigo focaliza, no contexto da literatura brasileira, uma série de romances escritos por mulheres como Conceição Evaristo, Ana Maria Gonçalves, Eliane Brum, Aline Bei, Carola Saavedra e Martha Batalha, cujas obras se caracterizam por serem desconcertantes e transculturais, insurgindo-se contra a invisibilidade e a inaudibilidade das gerações que as precederam, inventariando ausências, representificando o que até então fora omitido e questionando os limites da representabilidade na literatura.
Resumo O artigo pretende apresentar contribuição para a reflexão sobre as relações entre Literatura Comparada e a assim chamada “pós-teoria”, trazendo ao debate o pensamento do teórico Johan Faerber e sua recente publicação: Après la littérature: écrire le contemporain (2018). Para contornar o desgastado prefixo “pós” (pós-colonialismo, pós-modernismo, etc.), o autor chama as literaturas do extremo contemporâneo de “littératures de l´Après” (literaturas do Depois), refletindo sobre o que poderia caracterizar tais literaturas, e concluindo, com base em estudos de Dominique Viart, que independentemente do período em que foram escritas, as literaturas do Depois são as que ressurgem quando se pensa que a literatura está morta (Todorov, Compagnon, entre outros). Essa ressurgência acontece com a criação dos romances “desconcertantes” que são os que recusam a doxa e “escapam às significações pré-concebidas do prêt-à penser-culturel” (VIART, 2006, p. 13). O artigo focaliza, no contexto da literatura brasileira, uma série de romances escritos por mulheres como Conceição Evaristo, Ana Maria Gonçalves, Eliane Brum, Aline Bei, Carola Saavedra e Martha Batalha, cujas obras se caracterizam por serem desconcertantes e transculturais, insurgindo-se contra a invisibilidade e a inaudibilidade das gerações que as precederam, inventariando ausências, representificando o que até então fora omitido e questionando os limites da representabilidade na literatura.
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