A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as estatísticas de mortalidade sejam apresentadas pela causa de base do óbito, que é definida como doença ou injúria que iniciou a cascata de eventos que levam diretamente à morte, ou as circunstâncias de acidente ou violência que produziram ferimentos fatais. O objetivo deste trabalho foi caracterizar epidemiologicamente o perfil dos casos registrados dos óbitos por macrorregião no Brasil, além de comparar os achados entre as macrorregiões, considerando os aspectos regionais, culturais e econômicos. Para a pesquisa foram utilizados dados secundários coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), sobre causas de óbitos no período de 2016 a 2018. O total de casos de óbitos registrados no período do estudo foi de 1.488.868, com maior quantitativo na região Sudeste e o menor na região Norte. O sexo feminino apresentou número de óbitos maior que o masculino. Doenças do aparelho respiratório foram a principal causa e houve maior concentração de óbitos em indivíduos a partir de 60 anos de idade. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste os pardos foram os que mais morreram e, nas Regiões Sudeste e Sul, prevaleceram os brancos. Por meio do presente estudo, nota-se que o perfil da mortalidade brasileira tem sido modificado pela transição epidemiológica, apresentando quantitativos maiores nas Regiões mais desenvolvidas e associação com as DCNT, principalmente as doenças do aparelho respiratório. Além disso, é evidente a importância dos registros das informações sobre óbitos, da melhoria na coleta de dados e sistematização destes, com consequente melhor direcionamento e execução de políticas públicas brasileiras para prevenção e cuidados em saúde.