Prevalência de discriminação percebida por orientação sexual nos serviços de saúde do Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013

Abstract

Resumo Introdução A associação entre discriminação por orientação sexual e desfechos negativos em saúde é cada vez mais estabelecida na literatura. Entretanto, poucos estudos exploram a discriminação por orientação sexual nos serviços de saúde em amostras representativas da população geral. Objetivo Estimar a prevalência de discriminação percebida por orientação sexual nos serviços de saúde do Brasil. Método Este estudo transversal utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013. A prevalência de discriminação percebida por orientação sexual nos serviços de saúde foi estimada de forma global, e sua associação com características sociodemográficas e de uso de serviços de saúde foi investigada por meio de regressão de Poisson com variância robusta que calculou razões de prevalências. Resultados A prevalência global do fenômeno sob investigação foi igual a 0,18%. Embora estatisticamente significativa, a magnitude das associações observadas foi tão pequena, que nenhuma das características sociodemográficas e de uso de serviços de saúde investigadas pareceu ser capaz de, pragmaticamente, influenciar o risco de uma pessoa sofrer discriminação por orientação sexual nos serviços de saúde do Brasil. Conclusão O estudo reforça a importância de instaurar ações de promoção do respeito à diversidade sexual nos serviços de saúde do Brasil.

Dimensões do cuidado à saúde da população LGBTQIA+ ofertado pelos profissionais de saúde

“…Com essa medida, assegurou-se o acesso integral ao sistema de saúde pela população, de forma gratuita, com atendimento humanizado, acolhedor e isento de qualquer discriminação (SANTOS JS, et al, 2019). No entanto, integrantes das minorias sexuais, em especial os que se reconhecem como lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais ou transgêneros, queers, intersexuais, assexuais, e as outras sexualidades e identificações de gênero representadas pelo "+" na sigla LGBTQIA+, encontram-se vulneráveis e susceptíveis à discriminação na assistência de saúde ofertada e nos serviços de saúde (JOMAR RT, et al, 2021). A população LGBTQIA+ experiencia inúmeros entraves no âmbito da saúde, o que resulta em dificuldade de acesso aos serviços de saúde e compromete a obtenção de resultados assertivos (GREENE MZ, et al, 2018).…”