Relações de Amizade nos Transtornos Alimentares: Revisão Integrativa da Literatura

Abstract

Resumo Ainda é desconhecido o papel da amizade enquanto constitutiva da rede de apoio social nos transtornos alimentares (TAs). Esta revisão integrativa teve por objetivo analisar a produção científica sobre relações de amizade em pessoas com TAs. Foram consultadas as bases PubMed/MEDLINE, LILACS, PsycINFO, Web of Science e EMBASE, de 2010 a 2020. Dos 1126 artigos recuperados, 15 preencheram os critérios de elegibilidade. A maioria tem abordagem qualitativa e delineamento transversal, sem indicar referencial teórico. Aspectos qualitativos das relações de amizade foram associados com redução da frequência e intensidade de sintomas quando o vínculo era considerado de boa qualidade. Já amizades que envolviam comentários depreciativos e influências negativas acerca do corpo e hábitos alimentares foram considerados fatores de risco para desencadeamento dos transtornos. Investir na qualidade dos relacionamentos entre pares pode contribuir para fortalecer a rede de proteção social e reduzir a vulnerabilidade psicossocial de adolescentes com risco para desenvolver TAs.

A eficácia da terapia cognitivo-comportamental (TCC) no combate aos transtornos alimentares: anorexia nervosa e bulimia nervosa

“…Essa prática imediata busca proporcionar alívio ao desconforto físico resultante da ingestão excessiva de alimentos, enquanto simultaneamente reduz o temor associado ao ganho de peso (Santos et al, 2023). Tais práticas ainda são potencializadas pela relação entre transtornos alimentares e imagem, com cerca de 64% dos estudos revisados associando diretamente transtornos alimentares à percepção errônea da imagem corporal no estudo de Volpatto e Benetti (2021).…”

“…Considerando esse fato, percebe-se que é de extrema importância desenvolver estratégias de intervenção que contemplem o contexto familiar, visando promover mudanças nos padrões disfuncionais de relacionamento e promover o apoio e a compreensão aos familiares dos indivíduos com TAs. Ainda assim, a inclusão dos familiares no processo terapêutico torna-se fundamental para o sucesso do tratamento dos transtornos alimentares, bem como investigar outras figuras familiares além da mãe, como o pai, irmãos e avós, a fim de compreender de forma mais abrangente a influência da dinâmica familiar nos transtornos alimentares (Siqueira;Santos;Leonidas, 2020).…”

“…Por outro lado, Santos et al (2023), demonstraram que a influência das relações de amizade no enfrentamento dos TAs pode desempenhar um papel protetor, promovendo apoio, motivação e companheirismo. No entanto, amizades de baixa qualidade ou negativas podem se tornar fatores de risco, contribuindo para o agravamento dos sintomas e a perpetuação do sofrimento.…”

“…No entanto, é crucial salientar que outros elementos, como predisposição genética, fatores psicológicos, traumas, influências familiares e distúrbios neuropsiquiátricos, também desempenham papéis essenciais. A complexa interação desses fatores varia de pessoa para pessoa, conferindo uma natureza subjetiva e complexa ao quadro geral dos transtornos alimentares (Siqueira;Dos Santos;Leonidas, 2020).…”

Grupo Multifamiliar em Transtornos Alimentares Durante a Primeira Onda da Pandemia de Covid-19: Transição para a Modalidade Online

“…A etiologia multifatorial é amplamente reconhecida pela literatura científica (Moura, Santos, & Ribeiro, 2015;Rosa & Santos, 2011;Santos & Costa-Dalpino, 2019;Santos et al, 2018;Valdanha-Ornelas & Santos, 2016). O desenvolvimento do quadro é atribuído a um conjunto de fatores predisponentes que contribuem para o surgimento e manutenção dos sintomas (Fava & Peres, 2011;Goulart & Santos, 2015;Mitchell, & Peterson, 2020;Santos et al, 2023;Ynomoto et al, 2022). Um dos fatores associados de forma recorrente pela literatura é a dinâmica de funcionamento familiar Moura et al, 2015;Treasure, Parker, Oyeleye, & Harrison, 2020;Valdanha-Ornelas & Santos, 2016;Valdanha-Ornelas, Squires, Barbieri, & Santos, 2021).…”