Os medicamentos são um dos principais fatores das despesas em saúde e garantir o acesso a essa tecnologia é um desafio diante da limitação financeira dos sistemas de saúde. O objetivo desse estudo foi analisar os gastos com medicamentos de um hospital federal terciário do Rio de janeiro entre 2013 e 2020. Dados de aquisição foram obtidos através do Sistema de Informação de Gestão e Controle de Estoque (SIGCE) do hospital. Os medicamentos foram classificados de acordo com o sistema WHO-ATC / DDD e agregados por quantidade e por gasto. Realizou-se análise de decomposição para os medicamentos da curva A, entre os anos 2015 e 2020. Os gastos anuais reduziram-se cerca de 20% no período (de R$ 16,9 milhões em 2013 para R$ 13,4 milhões em 2020), e a quantidade total adquirida também sofreu queda de 33,7%, variando de 5,7 milhões de unidades em 2013 para 3,8 milhões em 2020. Os preços e a quantidade contribuíram para a redução dos gastos, enquanto o mix de medicamentos contribui positivamente, optando-se pela aquisição de itens, em média, mais caros. Os agentes antineoplásicos, imunossupressores e anti-infecciosos de uso sistêmico foram os maiores gastos na classe A e juntos representaram em média 68,6% do gasto total da classe, destacando-se o subgrupo L01F (anticorpos monoclonais), além do subgrupo J02A (antimicóticos de uso sistêmico). Esse estudo demonstrou que a tendência de queda do gasto com medicamentos foi determinada pela diminuição da quantidade adquirida dos itens de maior preço unitário.