Vigilância em saúde: fluoretação das águas de abastecimento público em 40 municípios do estado de São Paulo, Brasil

Abstract

Resumo Sendo a fluoretação das águas uma medida de saúde pública consagrada na prevenção de cárie dentária e considerando que a vigilância do método é fundamental para o seu sucesso, este estudo objetivou analisar os resultados das análises dos teores de flúor das águas de abastecimento público de 40 municípios do estado de São Paulo, de novembro de 2004 a dezembro de 2016. A análise das amostras foi realizada mensalmente por meio do método potenciométrico. De 32.488 amostras, 50,94% continham níveis de flúor dentro do intervalo recomendado. Em 2004, verificou-se que 21 cidades (52,50%) apresentaram teores médios dentro do parâmetro recomendado, passando, em 2016, para 32 cidades (80,00%). Observou-se que 15 municípios que possuíam inicialmente níveis de flúor abaixo de 0,55 mgF/L em suas águas de abastecimento adequaram-se no decorrer do projeto. No primeiro ano do estudo, 47,76% das amostras possuíam valores no intervalo preconizado e, em 2016, houve um aumento para 58,22%. Foi verificado que no decorrer dos anos, a maioria dos municípios adequou os níveis de flúor em suas águas, evidenciando a atuação dos programas de heterocontrole como importantes estratégias que auxiliam na vigilância do método, tendo participação fundamental no controle da qualidade da água ofertada à população.

Saúde Bucal em sistemas universais de saúde: análise comparativa do Brasil e Reino Unido

“…A população da Escócia historicamente apresenta condições de saúde bucal ruins, e desde 2005 o país tem desenvolvido algumas iniciativas para crianças e idosos (Cylus et al, 2015). No Brasil, cerca de 76% da população é beneficiada com a fluoretação das águas, porém o monitoramento apresenta problemas e permanecem desigualdades regionais (Moimaz et al, 2020;Narvai & Frazão, 2017). Estudo mais recente em municípios com mais de 50 mil habitantes mostrou uma cobertura populacional de 78,6% para o país, entretanto, as regiões Sul e Sudeste apresentam as maiores taxas, e também são as regiões onde há maior vigilância da fluoretação (Roncalli et al, 2012).…”

Estudo de caso-controle em jovens moradores de regiões fluoretadas e não fluoretadas

“…Além disso, o Brasil apresenta informações insuficientes e desatualizadas sobre o potencial hídrico de seus aquíferos e a qualidade e características de suas fontes de águas, evidenciando a necessidade de maior compromisso intersetorial para se qualificar a fluoretação das águas no país, de forma que os teores cientificamente recomendados sejam alcançados e que toda a população tenha acesso a ela, principalmente as de maior vulnerabilidade social (Moimaz & Santos, 2015). Nesse contexto, destaca-se que uma das principais vantagens da fluoretação das águas de abastecimento em relação a outros métodos preventivos para cárie dentária é que, além de apresentar grande abrangência, pode diminuir as desigualdades em saúde entre grupos de diferentes condições sociais, com custo operacional baixo (Moimaz et al, 2020) As águas de abastecimento do município onde a pesquisa foi realizada são monitoradas por meio de um projeto de heterocontrole dos teores de fluoreto desde 2004, no qual amostras de água são coletadas diretamente da rede de distribuição em pontos preestabelecidos, abrangendo todas as fontes de captação de água da cidade, e analisadas mensalmente (Moimaz et al, 2018). Dessa forma, é possível sugerir que os escolares que nasceram e viveram sempre nesta localidade tiveram acesso à água de abastecimento público fluoretada nas concentrações recomendadas, proporcionando o máximo benefício na prevenção da cárie dentária.…”

Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA) e fluoretação da Rede de Abastecimento Público: Monitoramento em um município da Região Sul do Brasil

“…O fato do município de Piraquara ter realizado o heterocontrole em apenas três meses de 2018, acaba por comprometer todo o processo de vigilância e requer atenção do órgão da Vigilância municipal. Estabelece-se então um desafio, tendo em vista que requer alguns investimentos, sejam de capacitação de pessoal para a prática, bem como a conscientização da sua importância, de suprimentos nos laboratórios do Estado para que seja possível analisar o quantitativo necessário de amostras (Moimaz, Santos, Saliba, Saliba & Saliba, 2020). Também se faz necessário que os dados sejam inseridos corretamente no Sistema de Informação e seu acesso seja facilitado, o que se dá pelo estabelecimento de procedimentos que qualifiquem a inserção das amostras e minimizem os erros e inconsistências (Oliveira, Dos Santos, Junior & Magalhães, 2017;Prado & Frazão, 2019;Sá Barbora, et.…”