Atenção psicossocial e o cuidado em saúde à população em situação de rua: uma revisão integrativa

Abstract

Resumo A população em situação de rua apresenta agravos à saúde física e mental e está exposta a condições que implicam em vulnerabilidades, mortalidade prematura, dificuldade de acesso a serviços e que requerem ações intersetoriais. Os Consultórios na Rua, componentes da Atenção Básica em Saúde da Rede de Atenção Psicossocial, desempenham importante papel no cuidado a esse grupo. Com o objetivo de conhecer as ações de saúde dirigidas a essa população; identificar se elas são construídas a partir do diálogo entre serviços e pessoas atendidas; e se respondem às suas necessidades; foi desenvolvida esta revisão integrativa. Foram encontrados inicialmente 264 estudos: 27 foram pré-selecionados e 11 selecionados. Os achados foram sistematizados em três categorias: 1) Características das ações de saúde que buscam responder às necessidades da população em situação de rua; 2) Fatores que limitam as ações de saúde e restringem a resposta às necessidades dessa população e 3) Participação das pessoas em situação de rua no planejamento e na execução das ações oferecidas pelos serviços de saúde. Os estudos apontam avanços no acesso a direitos básicos e trazem contribuições que apoiam iniciativas de ampliação e fortalecimento da oferta de atenção intersetorial a essa população.

Compreensão e entendimento de saúde vivenciado por pessoas em situação de rua

“…Tal solicitação justifica-se muitas vezes devido ao entendimento de que a APS se organiza de modo a definir seu território adscrito pelo domicílio fixo, mas esta situação expõe a população em situação de rua a falta de acesso aos serviços de saúde devido a inflexibilidade nessa questão. 13 A necessidade de endereço fixo acaba dificultando ainda mais o acesso à saúde dessa população, mas por outro lado essa forma de organização é responsável pela logística dos serviços de saúde, bem como o apoio a referência e contra referência nos níveis de saúde, porém tal ferramenta necessita de adaptações a fim de ser equânime devido a complexidade desta população específica. 14 Vale ressaltar que nenhuma pessoa, independente de raça, cor, etnia, gênero ou classe pode deixar de ser atendida pelo SUS por falta de residência, documento e/ ou cartão nacional de saúde (CNS) conforme descrito na Portaria GM/MS n° 940, de 28 de abril de 2011, que diz não ser necessário a comprovação de endereço de pessoas em situação de rua para a realização de atendimentos de saúde.…”

“…16 Normalmente, o preconceito está relacionado a falta de higiene ou devido ao consumo/abuso de substâncias lícitas ou ilícitas. 13 Ademais, os trechos mostram a realidade de muitos que entendem a necessidade de procura dos serviços de saúde somente quando há a presença de alguma enfermidade, desconhecendo assim ações de promoção da saúde. Nota-se nas falas a importância da equipe de Consultório na Rua para essa população, tendo ele como um serviço especializado e referenciado a eles.…”

Atendimento à população em situação de rua: realidade do acesso à saúde mental em um CAPS AD do DF

“…Outro fator observado que restringe a continuidade do acompanhamento é o fato que a PSR possui pouco acesso às tecnologias digitais, o que limita as buscas ativas telefônicas pelo serviço quando necessárias. Nesse sentido, ressalta-se a importância de se realizar busca ativa no território do serviço para garantir a continuidade do cuidado do usuário em situação de rua 12 .…”

Não Há Mentiras Nem Verdades Aqui: Revisão Narrativa Sobre a População Brasileira Em Situação De Rua

“…A bar reira já começa na por ta de entrada. Quando não se têm documentos e comprovante de endereço para realizar os cadastros, a burocrac ia desanima a busca desse ser v iço -mais um "não" na inf inidade dos que já lhes foram ditos 5,22 O compar t ilhamento dos conhec imentos/saberes apr imora os atendimentos 23 .…”