Desigualdades regionais e sociais em saúde segundo inquéritos domiciliares (Brasil, 1998-2013)

Abstract

Resumo Este artigo busca discutir a evolução das desigualdades em saúde e no acesso aos serviços de saúde nas grandes regiões a partir de inquéritos domiciliares realizados de 1998 a 2013. As desigualdades sociais foram analisadas pelas razões de extremos de anos de escolaridade, considerando duas faixas etárias (18 a 59 anos e 60 anos ou mais). Nas condições de saúde, observa-se, nos dois grupos etários, uma pior avaliação do estado de saúde e um aumento da prevalência de diabetes e hipertensão, o que pode estar relacionado à expansão da atenção básica. Quanto à realização de consultas médicas no último ano, encontra-se, no geral, maior acesso, com manutenção de pequenas desigualdades. A maior utilização de consulta odontológica entre os de menor escolaridade provoca uma redução nas desigualdades, que ainda são significativas. As internações hospitalares, ao longo da série, são maiores entre os menos escolarizados, e há uma redução nas taxas nos dois grupos etários, em quase todas as regiões. Percebe-se um aumento na realização de mamografia por mulheres menos escolarizadas, com diminuição da desigualdade. Os resultados corroboram a necessidade da continuidade dos inquéritos domiciliares para o monitoramento das desigualdades regionais e sociais no acesso ao sistema de saúde.

SUS: oferta, acesso e utilização de serviços de saúde nos últimos 30 anos

“…In 2013, 72.8% of people aged between 18 and 59 years with at least 11 years of schooling had visited a doctor, compared to 63.7% of people with zero to three years of schooling. The difference between these two groups was greatest in the North Region, where the ratio was 1,3 19 .…”

“…The type of health service sought by patients changed between 1981 and 2013, with a movement from ambulatory care (44.8% and 36.8%, respectively) towards primary care units (22.8% and 38.7%, respectively). The percentage of people who used a health post or health center on a regular basis increased from 41.8% in 1998 to 53.7% in 2013 and was higher among people with a low level of schooling 19 .…”

“…The results of the PNAD and PNS show that the percentage of respondents who had visited a doctor in the past 12 months increased from 54.7% to 71.2% between 1998 and 2013 19 , with increases being registered in all of the major regions. In 2013, 72.8% of people aged between 18 and 59 years with at least 11 years of schooling had visited a doctor, compared to 63.7% of people with zero to three years of schooling.…”

“…The country has also witnessed a steady increase in the number of health professionals 16 , with the large majority of doctors and nurses working in the SUS. There has also been a notable increase in the number of professionals working in primary care 19 in recent years.…”

Evolução Clínica e Preditores da Neuropatia Periférica Induzida por Quimioterapia

“…Entre as características sociodemográficas, apenas a escolaridade foi preditora de sintomas autorrelatados de NPIQ, uma vez que quanto menor a escolaridade menor a chance de o paciente relatar espontaneamente sintomas de NPIQ. A prevalência de pacientes recrutados neste estudo com tempo médio de estudo de oito anos se aproxima daquele perfil identificado em estudos que apontam a expansão do acesso da população de baixa escolaridade aos serviços da atenção oncológica e do Sistema Único de Saúde no Brasil, especialmente entre os anos de 1998 a 2013 15,16 . Nesse contexto, os achados deste estudo reforçam a necessidade de intervenções mais claras e objetivas, utilizando instrumentos específicos e objetivos que detectem precocemente os sintomas da NPIQ em grupos populacionais com baixa escolaridade, prevenindo assim danos neurais graves decorrentes da terapêutica antineoplásica.…”