Análise de custo da assistência de crianças e adolescentes com condições crônicas complexas

Abstract

Resumo O objetivo deste artigo foi identificar a utilização de tecnologias e estimar o custo direto da atenção hospitalar de crianças e adolescentes com condições crônicas complexas em um hospital público federal especializado na assistência de alta complexidade a pacientes pediátricos. O trabalho foi realizado concomitantemente com um estudo de coorte durante o período de um ano e incluiu 146 pacientes com condições complexas crônicas e 37 pacientes não-crônicos. A análise identificou que a maioria dos pacientes com condições complexas crônicas internou em média duas vezes em um ano e que tinham doenças com o envolvimento de pelo menos dois sistemas orgânicos. O uso de drenos e cateteres e a gastrostomia foram as tecnologias de maior utilização. Na comparação com os pacientes não-crônicos, o custo direto mediano dos pacientes com condições complexas crônicas foi superior quando se comparou a utilização de tecnologias. O estudo indica um elevado custo da atenção hospitalar para esses pacientes. Documentar a utilização de tecnologias e o custo da atenção hospitalar permite subsidiar os gestores e contribuir para a tomada de decisões de planejamento, gestão e financiamento das políticas de saúde na área pediátrica.

Factors Associated With De-Hospitalization of Children and Adolescents With Complex Chronic Condition

“…The average length of hospital stay was 288 days, with 60.2% of children and adolescents hospitalized for between 31 days and one year, a period much longer than that of the study by Pinto et al, 18 who found an average of 35 days of stay hospital. Prolonged periods of hospitalization generate harmful consequences for the families involved, 7 besides limiting the execution of activities and restricting the social participation of children with CCC, which can affect their motor and cognitive development.…”

Condições crônicas complexas e desfechos hospitalares em uma unidade de terapia intensiva pediátrica

“…Além do risco de um eventual estado de imunodeficiência, crianças com essas condições são dependentes de múltiplos cuidados assistenciais, de medicamentos para uso contínuo a necessidade de dispositivos, por exemplo, cânulas de traqueostomia, cateteres de gastrostomia, entre outros. (8) Essas pré-condições aumentam o risco do desenvolvimento de infecções durante o período de hospitalização, notadamente naqueles com internação prolongada. (5) Revisão integrativa publicada em 2017, ao analisar a incidência de infecções primárias de corrente sanguínea, uma das vertentes das IRAS, em uma população de adultos não neutropênicos, associou a condição de doença crônica com maiores tempos de hospitalização, bem como maior necessidade de antimicrobianos, consequentemente, maiores incidências de infecções adquiridas no ambiente hospitalar.…”

“…Como resultados verificaram que pacientes com CCC internaram, em média, duas vezes ao ano, e tiveram maior necessidade de uso de dispositivos hospitalares, como drenos, cateteres venosos e gastrostomia, tornando a estadia hospitalar mais dispendiosa. (8) Estudo longitudinal, realizado no Reino Unido, buscou mensurar prevalência e impacto das condições crônicas em relação ao tempo de internação e morbimortalidade em unidade de terapia intensiva pediátrica (UTIP). Das 1197 crianças de zero a 18 anos, admitidas entre 2009 e 2013, 554 (46,3%) tinham pelo menos uma condição crônica, avaliadas como cromossomopatias, cardiovasculares, respiratórias, gastrointestinais, hematológicas, neurológicas e endócrinas.…”

Análise estratégica da atenção às malformações congênitas: proposta de abordagem para o desenho de linhas de cuidado

“…Na área de atenção à criança e aos adolescentes, as mudanças no perfil de adoecimento decorrentes do aumento da sobrevida de neonatos prematuros extremos, crianças com defeitos congênitos e condições crônicas têm ocupado um lugar de destaque no cenário nacional e internacional das políticas de saúde [4][5][6] . Incluídas nesse contexto, as malformações congênitas se caracterizam como condição crônica complexa e doença rara, sendo a segunda causa de morte neonatal no Brasil e uma das principais causas de assistência pediátrica hospitalar 7,8 .…”