A dimensão afetiva dos projetos vitais: um estudo com jovens paranaenses

Abstract

RESUMO. Discutimos aqui a influência da dimensão afetiva -especialmente das emoções e dos sentimentos -nos projetos vitais de jovens, apontando contribuições para a compreensão da moralidade a partir da integração de aspectos cognitivos e afetivos. Partimos do conceito de projeto vital (purpose), entendido como objetivos e metas significativos para o sujeito que trazem, ao mesmo tempo, implicações para o mundo mais amplo, atribuindo um sentido ético à vida e às ações do indivíduo. A pesquisa fundamenta-se, ainda, na teoria dos Modelos Organizadores do Pensamento, segundo a qual o ser humano constrói modelos da realidade com base em processos cognitivos e afetivos. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com trinta jovens (15 a 17 anos) estudantes de uma escola pública de Ensino Médio do Interior do Estado do Paraná. Os resultados indicaram relações entre os projetos vitais dos jovens e a configuração das emoções e sentimentos no raciocínio. Identificou-se, ainda, a relevância das relações interpessoais e do bem-estar de outras pessoas, evidenciando a influência exercida pelos laços afetivos e pelos aspectos pessoais no engajamento em projetos vitais.

Values and Feelings in Young Brazilians’ Purposes

“…Within the field of morality, affectivity-mediated regulation is manifested in the influence of feelings on the mobilization of values in the face of a moral situation. Thus, affectivity and cognition in moral judgments and actions are included within a continuum (Arantes, 2003(Arantes, , 2013Haidt, 2003;Moreno Marimón & Sastre, 2010;Pátaro, 2011;Pátaro & Arantes, 2014;Sherman & Haidt, 2011).…”

“…Assuming the relevance of that concept but from the perspective of functional analysis, other studies have focused on the role of feelings in the youths' elaborations according to the Thought Organizing Models Theory (Pátaro, 2011;Pátaro & Arantes, 2014), opening a line of research that might allow for a deepening of the understanding of the influence of affectivity on the elaboration of purposes.…”