O presente trabalho analisa, a partir dos dados do último Censo Agropecuário, as características dos estabelecimentos da Agricultura Familiar (AF) na Região Sul do Brasil e as características das linhas de financiamento da AF na região. Para tanto, foi feito uma análise descritiva dos dados do Censo Agropecuário de 2016 e dos dados do Sistema Nacional do Crédito Rural dos recursos destinados a AF disponibilizados pelo Banco Central. A partir da análise desses dados foi possível observar que existe um maior número de estabelecimentos ligados a AF do que a não familiar, porém esses ocupam uma área significativamente menor. A diferença de escolaridade também é grande entre os estabelecimentos da AF, sendo que esses proprietários possuem menor nível de escolaridade e, por isso, acabam recorrendo mais a orientação técnica. Nos estabelecimentos da AF, sobretudo aqueles ligados ao Pronaf B, se observa uma maior participação do trabalho feminino. Em relação à produção, observou-se que a maior parte se destina a lavouras temporárias e as atividades pecuárias. Com relação ao acesso ao Pronaf, a maioria dos estabelecimentos possui a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), porém há um número considerável de estabelecimentos que não sabem se possuem ou não a DAP. Em relação aos financiamentos recebidos na Região Sul, observou-se grande concentração desses recursos para a atividade de custeio.
Palavras-chave: Agricultura Familiar. Censo Agropecuário. Pronaf. Políticas Agrícolas. Financiamento.