O fluxo permanente de bens, pessoas e símbolos caracteriza o cotidiano das cidades fronteiriças de Mato Grosso do Sul. Na cidade de Corumbá-MS, divisa com a Bolívia, a presença de bolivianos é percebida com indissimulada reserva, tencionando o convívio e a interação com a alteridade étnica e nacional. Assim, este estudo, pautado em questões de gênero, sexualidade e outros marcadores sociais da diferença, se volta para a discussão de relações entre jovens “efeminados” de Corumbá em interação com diferentes grupos sociais da cidade e com o país vizinho. Do mesmo modo, o trabalho problematiza o processo de construção da alteridade na fronteira Brasil-Bolívia a partir da investigação de um grupo de pessoas não-heterossexuais maiores de 50 anos residentes na região. A ênfase aqui será dada à constituição ou não de tramas afetivas, eróticas e sexuais destes sujeitos, tanto os mais jovens como os mais velhos, com potenciais parceiros bolivianos.