Este artigo busca discutir, numa perspectiva teórico-prática, os princípios do Bem Viver na relação com o protagonismo das mulheres do quilombo Arruda. Assim o fazemos, com o interesse na reflexão acerca do Movimento Social das Mulheres quilombolas na comunidade de Arrudas - CE, diante dos preceitos do Bem Viver. Opta-se por enfocar a dimensão política de suas reivindicações e propostas, procurando fazer com que a análise contribua para refletir sobre as políticas públicas em seus próprios termos. Além disso, analisa-se a ação do coletivo e sua autoatribuição como mulheres quilombolas, atendendo a possíveis conexões e desligamentos com outros feminismos, a fim de traçar a lógica da política em face à valorização do papel da mulher. Essa análise permite vislumbrar como as mulheres quilombolas se movem entre essas duas lógicas de ação, mas também incita agendar discussões que dizem respeito antropologicamente à relação entre ontologia e política. Para dar conta desse interesse de pesquisa, adotamos como metodologia revisão de literatura com aportes qualitativos. Por fim, podemos afirmar a relação em torno do movimento social de mulheres e os preceitos do Bem Viver.