A paralisia cerebral faz parte de um grupo de distúrbios do movimento e postura com limitação de atividade atribuída a desordens não progressivas que ocorrem na fase do desenvolvimento do cérebro infantil. Este estudo objetivou a análise das políticas e diretrizes nacionais para o atendimento da pessoa com paralisia cerebral infantil e sua relação com a atuação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) no acompanhamento integral de saúde e no contexto de morbimortalidade. Trata-se de um estudo ecológico retrospectivo quantitativo, a partir da coleta de dados do SIM/SUS/DATASUS/MS e-Gestor AB do período entre 1996 a 2019. Observou-se que as ESF do Brasil são responsáveis pela cobertura de 63,62% da população do país. Em relação a cobertura da ESF, a macrorregião brasileira que apresentou maior cobertura foi a região Nordeste com 82,33% do seu território, seguido pela região Centro-Oeste, com 65,29%, sendo a região Sudeste a com a menor cobertura, de 50,99% de sua população. A maior mortalidade por tal patologia foi vista nas regiões Sudeste e Nordeste. Tal fato demonstra que a porcentagem da população atendida pela Estratégia de Saúde da família em uma região não apresentou relação direta com a redução da mortalidade por paralisia cerebral no Brasil, resultado que difere do esperado. Dessa forma, conclui-se que não apenas a quantidade de pessoas atendidas é determinante para tal taxa, mas também a qualidade do atendimento e a inserção dos pacientes ao contexto social em que vivem são fatores relevantes para melhor prognóstico desses pacientes.