O fogo no Brasil tem apresentado recentemente números expressivos, atingindo fortemente a floresta tropical úmida, onde vários municípios do Pará lideram o número de queimadas e incêndios florestais, deixando consequências graves no bioma amazônico, elevando a vulnerabilidade dos habitantes das regiões mais afetadas. Logo, é necessário otimizar mecanismos de prevenção dos riscos e preparar comunidades para o enfrentamento a possíveis desastres, capacitando lideranças para tomada de decisões, elevando suas capacidades de resposta para a construção de comunidades resilientes. Este trabalho objetivou avaliar a vulnerabilidade social da Microrregião Tomé-açu (MRTA) à ameaça de fogo. Utilizou-se Sistemas de Informações Geográficas (SIG) e o ARCMAP 10.5 para elaboração dos mapas; para análises estatísticas multivariadas (K-Means clustering e PCA) usou-se o software R, versão 4.03. Fez-se a análise socioambiental considerando as variáveis demográficas (densidade demográfica e população rural), sociais (vulneráveis por faixa etária e grau de escolaridade) e ambientais (número de focos de calor, precipitação pluviométrica, uso do solo). Os principais resultados apontam o município de Concórdia do Pará com alta vulnerabilidade socioambiental à ameaça de fogo. Com média vulnerabilidade socioambiental aparece Acará, cujas varáveis ambientais favorecem a redução dessa vulnerabilidade, entretanto, as sociais contribuem negativamente para a construção desse indicador. Os demais municípios da MRTA (Moju, Tailândia e Tomé-açu) possuem parâmetros ambientais e sociais muito equivalentes e colaboraram para a construção do indicador de baixa vulnerabilidade socioambiental à ameaça de fogo. Essa pesquisa reforça a necessidade de elevar a escolaridade dessa população para o enfrentamento a possíveis desastres.