“…No âmbito da APS, medidas adotadas desde 2017, com a nova Política Nacional de Atenção Básica, representaram um grande retrocesso das conquistas alcançadas nas últimas três décadas na construção de uma política de APS, com impactos nefastos à saúde da população, destacando-se: a nova modalidade de financiamento, com o fim do Piso de Atenção Básica (PAB) fixo e variável; extinção da prioridade para ESF e de incentivos fundamentais para seu fortalecimento, como os Núcleos Ampliados de Saúde da Família (NASF); redução do número de ACS e da carga horária dos profissionais; e o fim do Programa Mais Médicos. (REDE DE PESQUISA EM ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DA ABRASCO, 2018) O surgimento da pandemia nessa conjuntura de desmonte da exitosa experiência brasileira, aliado a uma preocupação predominante com a preparação da capacidade hospitalar para o atendimento de casos graves, resultou, até o momento, em intervenções desarticuladas das esferas de gestão federal, estadual e municipal do SUS, assim como dos níveis de atenção e da vigilância em saúde, comprometendo, em especial a capacidade de resposta da APS, que ainda está limitada a algumas experiências estaduais e municipais.…”