Cuidado, integralidade e atenção primária: articulação essencial para refletir sobre o setor saúde no Brasil

Abstract

RESUMO Este artigo descreve os elementos teórico-conceituais sobre cuidado, integralidade e Atenção Primária à Saúde, articulando-os e ressaltando a essencialidade destas ideias na estruturação do sistema de saúde no Brasil. Optou-se pelo formato ensaístico segundo os argumentos de Meneghetti e Adorno. Foram apresentados os conceitos de cuidado, integralidade e atenção primária, assim como algumas críticas de ordem teórico-prática. Foi demonstrada a existência de um fio condutor que os une, tornando-os um eixo estrutural do Sistema Único de Saúde, assim como os principais limites e possibilidades dessa articulação. Por fim, lançou-se uma brevíssima sugestão sobre o tema em tempos de crise econômico-política.

Produção do cuidado e as relações intersubjetivas com usuários hipertensos na Estratégia Saúde da Família

“…A produção desse tipo de tecnologia acontece no momento de encontro entre o profissional e o usuário na oferta de serviços em saúde, denominando essa produção como trabalho vivo em ato 11 . Sendo assim, necessário se faz que os profissionais da ESF percebam a essencialidade do cuidado 24 , da integralidade e da atenção primária no Sistema Único de Saúde (SUS); sua articulação para um processo de produção da saúde que resgate o ser humano como foco das práticas em saúde.…”

Saúde Mental em tempos da Pandemia da COVID-19: Concepções dos trabalhadores da Atenção Primaria a Saúde

“…Percebe-se uma compreensão holística das implicações da pandemia na vida dos indivíduos e coletivos para além da doença localizada em determinada parte do corpo biológico; leva-se em conta a integralidade do sujeito e seus diversos encadeamentos. Nessa perspectiva, inexiste uma separação entre mente e corpo, como se pode ver: A clínica ampliada e a atenção psicossocial possuem como objetivo ser uma clínica do sujeito, para isso, é importante que se identifiquem as correlações entre os modos de produção de vida dos usuários e suas relações com o processo saúde-doença, ou seja, é preciso que se amplie a capacidade de enxergar o sujeito na totalidade (Carnut, 2017). Entretanto, o uso intensivo de tecnicidade e a padronização diagnóstica estão constantemente causando uma despersonificação do processo de cuidado, diminuindo as interações no encontro com o outro e fazendo com que os profissionais de saúde não considerem a dimensão subjetiva dos usuários (Deslandes, 2006;Carnut, 2017).…”

The challenges of production of mental health care: from the multiprofessional relations dialogue

“…Having as strategy the reorientation of undergraduate curricula, as well as the inclusion of multiprofessional residency programs in mental health, within the services, which can break the technical isolation that the biomedical model institutionalized in mental health services in Brazil. [18][19][20][21] Bearing in mind the aforesaid, although we seek changes or the breaking of the asylum paradigm, if we are not aware of the overlapping of instrumental and biomedical actions on the ways in which mental health care practices take place, we run the risk of repeating old practices in new contexts asylums. Therefore, recreating new asylums without ways and locks, but which continues to segregate and exclude subjects from care practices.…”