OBJETIVOS: Identificar e mapear a literatura referente à violência sexual contra meninos e homens brasileiros, bem como descrever sua subnotificação, sua prevalência e os fatores associados. MÉTODOS: Realizou-se uma de revisão de escopo com buscas nas bases de dados: PubMed, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, Biblioteca Virtual em Saúde, Scopus e Web of Science. Os critérios de inclusão foram: (a) pesquisas que incluíssem dados sobre violência sexual; (b) inclusão de meninos ou homens como vítimas de violência sexual; (c) apresentassem dados sobre prevalência, subnotificação e fatores associados à violência sexual entre meninos e homens brasileiros. RESULTADOS: Foram encontrados 1.481 trabalhos. No total, 53 foram incluídos e tiveram seus dados extraídos. A maioria dos estudos é de natureza quantitativa (n = 48). O total de participantes em todos os estudos foi de 1.416.480 e a prevalência de violência sexual variou de 0.1% a 71%. A subnotificação foi um aspecto citado em vários estudos. Entre os grupos com maiores prevalências estão os homens que fazem sexo com homens e com disfunções sexuais. Maior tendência ao uso de drogas, isolamento social, sexo anal desprotegido, ideação suicida, disfunções sexuais e transtorno de estresse pós-traumático foram alguns dos fatores associados. CONCLUSÕES: A violência sexual contra meninos e homens brasileiros é pouco estudada e existem poucos estudos com esse recorte exclusivo, apesar da prevalência de a violência sexual ser alta. Questões culturais, como o machismo, contribuem para a subnotificação da violência sexual. Em relação aos fatores associados, identificamos questões relacionadas à saúde mental, sexual e reprodutiva. Recomenda-se que seja estruturado acolhimento para meninos e homens vítimas de violência sexual, prevenindo ou minimizando desfechos negativos.