(Semi)formação No Contexto Das Fake News E Da Pós-Verdade Na Sociedade Excitada - De Adorno a Türcke

Abstract

RESUMO: Este artigo problematiza o fenômeno relativo à produção e ao consumo de notícias falsas - fake news - no horizonte da crítica à indústria cultural e à Sociedade Excitada na “era da pós-verdade”, em que parte considerável das pessoas vicia-se tanto no consumo de estímulos imagéticos como na transmissão ininterrupta de mensagens audiovisuais. A hipótese da pesquisa sustenta que a lógica do mercado avança sobre o labor jornalístico, invade o âmbito privado da vida e institucionaliza, como ethos aceitável, a [re]produção de uma existência fake que faz par e nutre-se na semiformação - Halbbildung. O vigor da análise aposta na reatualização do conceito de formação - Bildung, no âmbito da educação escolar, capaz de contribuir para ampliar a compreensão sobre a lógica de funcionamento da máquina produtora de doses, cada vez mais viciantes, de choques visuais que excitam, entorpecem, minam os sentidos e a capacidade de crítica e autocrítica dos indivíduos.

Um estado da arte possível: contribuições da pesquisa em educação sobre pandemia no Brasil

“…Ainda que com olhos e ouvidos abertos, as pessoas estão entorpecidas e carecem de uma educação dos sentidos que lhes possibilitem sair do recôndito subsolo da psique, com seus sedimentos reprimidos pelo ego fraco, cujas escolhas abstratas pouco podem ser justificadas pela razão. (LOUREIRO;GONÇALVES, 2021, p. 3, grifo do autor).…”

Injustificação Das Práticas De Fake News a Partir De Imanuel Kant

“…São defendidos por um movimento Iluminista aliado ao avanço da modernidade, pode ser percebido aqui, uma clara tendência na legitimação da ordem social sob o escopo do modelo capitalista. Ocorre uma espécie forçada de integração entre grupos desiguais entre si, promovidos pela indústria da produção cultural, visto que, todas as informações já são previamente elaboradas de tal maneira que o público não está mais acostumado a refletir por sua conta (GONÇALVES, LOUREIRO, 2021). Mesmo as críticas, às escolhas e a estética e em que a usurpação seria o primeiro serviço prestado ao cliente, de acordo com Gonçalves, Loureiro (2011, p.10):…”